A instalação de um equipamento no Parque Nacional de Jericoacoara (Parna), em Jijoca e Cruz, na região norte do Ceará, está sendo questionada por moradores do local. O caso trata-se de um ponto de apoio ao kitesurfe ao longo do litoral, que envolve a colocação de contêineres na Praia do Preá, um projeto aprovado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O projeto ainda prevê a instalação de mais dois pontos de apoio ao esporte ao longo do Parna.
Na denúncia recebida pelo O POVO, moradores questionam a consistência das políticas do ICMBio que, embora proíba atividades menores como a venda de água de coco por questões ambientais, permite intervenções como a instalação de contêineres. De acordo com o bugueiro e guia turístico Rodrigo Taffarel, a principal preocupação do caso é com os danos ao meio ambiente por se tratar de uma instalação dentro do Parna e aprovada pelo ICMBio. "Colocar um contêiner dentro do Parque Nacional é um desrespeito com o meio ambiente", disse Rodrigo.
Em vídeo publicado nas redes sociais, Rodrigo relata o caso e mostra o empreendimento instalado no Parque Nacional de Jericoacoara. "ICMBio, queremos uma explicação", escreveu o bugueiro. Um ambientalista, que preferiu ficar em anonimato, diz que há uma preocupação com o aumento de construções de empreendimentos na Praia do Preá e no Parna. "Começam a construir em locais inadequados e cometem crimes ambientais [...] É preciso ter as licenças e respeitar para não destruir o local. A queixa é sobre o desenvolvimento acelerado desses empreendimentos", pontua.
Em nota ao O POVO, nessa segunda-feira, 8, o ICMBio disse que o projeto foi implementado a pedido dos velejadores, no âmbito do Conselho do Parque. O Instituto informou que o local é ponto de apoio ao kitesurf para “facilitar a organização da atividade, considerando os riscos dispostos por ela”. “Vale ressaltar que no ponto não há comercialização de alimentos e bebidas”, esclareceu.
A Prefeitura de Cruz disse, em nota, nessa segunda-feira, 8, que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semac) não foi oficializada e comunicada pelo ICMBio, órgão responsável pelo Parque Nacional de Jericoacoara, sobre as intervenções.