Dois policiais militares foram mortos no domingo passado, 21, no Ceará. Os casos foram registrados no bairro Demócrito Rocha, em Fortaleza, onde o soldado Félix Batista de Almeida Neto, de 35 anos, foi morto durante um assalto; e em Ubajara, na Serra da Ibiapaba, onde o também soldado Jean Rodrigues Grangeiro, de 28 anos, foi atingido por um disparo efetuado por um companheiro durante um tiroteio com quatro homens que fugiram de um abordagem policial.
Ambos os policiais eram lotados no Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio). O primeiro caso, que vitimou Félix, foi registrado durante a madrugada. Informações preliminares apontaram que o PM não estava de serviço e chegava em casa quando foi abordado por quatro criminosos, que estavam em duas motos.
No local do crime, foi encontrado um simulacro de pistola, informou em nota a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Até o fechamento desta edição, nenhum suspeito do crime havia sido preso. A 11ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), especializada em crimes contra agentes de segurança pública, investiga o caso.
Já no caso do soldado Grangeiro, ele estava de serviço quando sua composição decidiu abordar um carro onde estavam quatro homens. O veículo não respondeu à voz de parada e teve início uma perseguição. Conforme depoimento de um dos PMs que participou da ação, em uma rua nas proximidades da Rodoviária de Ubajara, os homens começaram a disparar em direção à viatura e os policiais revidaram.
O carro onde os criminosos estavam colidiu em um muro e os homens continuaram atirando, disse o depoimento do PM ao qual O POVO teve acesso. O militar disse que também seguiu disparando até atingir dois dos homens, que morreram. Os outros dois fugiram em direção à mata.
Conforme o PM, somente após os tiros cessaram, ele virou-se em direção aos dois outros patrulheiros. O seu colega, então, disse que o soldado Grangeiro estava morto. O militar contou que não viu o que aconteceu com os dois, tendo percebido apenas o momento em que a viatura acelerou e bateu no carro da frente.
O PM que efetuou o disparo compareceu espontaneamente à Delegacia Regional de Tianguá e entregou a sua arma. Ele reconheceu que partiu de sua arma o tiro que atingiu o soldado. Em nota, a SSPDS informou que "serão instauradas as medidas cabíveis relacionadas ao inquérito policial militar".
Após a morte do soldado, um suspeito de integrar o grupo criminoso que disparou contra os PMs foi preso. Com Francisco Wenderson Cavalcante Nogueira, de 42 anos, foi apreendida uma espingarda, munições e uma jaqueta que teria sido utilizada por um dos criminosos. O celular dele foi encontrado dentro do carro onde estava o grupo e ele foi reconhecido por um dos PMs. Francisco Wenderson foi autuado somente por tentativa de homicídio, pelos disparos que o grupo efetuou contra os PMs, e não pelo homicídio do soldado Grangeiro. Ele negou envolvimento no caso e disse que passou a tarde inteira em um bar.
Tanto a SSPDS, quanto a PM manifestaram pesar pelas mortes dos dois soldados. O governador Elmano de Freitas (PT) também se pronunciou sobre os casos. Ele disse que as equipes de segurança pública seguem trabalhando “com afinco” para prender suspeitos em ambos os crimes.
“Manifesto meus sentimentos de pesar a todas as famílias, amigos e companheiros de polícia por esses trágicos acontecimentos”, postou o governador em suas redes sociais. “O Governo do Ceará dará todo apoio necessário aos familiares”.