A divulgação e o compartilhamento da prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023, em novembro do ano passado, resultou na apreensão de duas pessoas suspeitas ontem. Uma delas foi localizada no Paraná e outra em Sobral, no Interior do Ceará. A operação "Limite Virtual", deflagrada pela Polícia Federal (PF), quer descobrir quem fez a foto original da prova e a compartilhou.
O alerta foi dado à PF pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela elaboração e aplicação do Enem. Desde então as investigações estão sendo realizadas e apontaram, inicialmente, para um suspeito em Londrina, PR, que teria feito o compartilhamento da foto. "As investigações progrediram e identificamos que essa pessoa teria feito o print da imagem oriunda de um grupo", afirmou o delegado da Polícia Federal de Juazeiro do Norte, Daniel Ramos.
Ao todo, 15 policiais federais atuam na operação "Limite Virtual". Caso os indícios apurados na investigação sejam comprovados, o suspeito pode responder pelo crime de fraude em certame de interesse público. As penas podem chegar a oito anos de prisão. "Esse crime não é de menor potencial ofensivo. Se as investigações conduzirem aos indícios de autoria, de materialidade e divulgação, no momento que a prova estava sigilosa, todas as pessoas devem ser responsabilizadas.
Os materiais apreendidos na operação de ontem deverão ajudar nos próximos passos da investigação. O nome da operação, conforme à PF, tem o objetivo de alertar sobre os limites que devem ser impostos nas redes sociais.
Em 2009, o vazamento da prova do Enem levou ao cancelamento do certame.