Entre marchinhas de Carnaval e clássicos da música brasileira adaptados para o samba, o bloco Dragões do Ritmo animou o público que se concentrou para o Pré-Carnaval do espigão da praia do Náutico, no fim da tarde deste domingo, 28, encerrando os festejos de janeiro. E já abrindo a expectativa para o esperado fevereiro.
Com as letras do repertório na ponta da língua, famílias, crianças e idosos somavam-se aos banhistas que, ainda vestindo biquínis, cangas e sungas, acabavam de sair do mar. Entre os visitantes que haviam aproveitado o dia de praia, e que não abriram mão de curtir mais um pouco, estava a dupla de irmãos Antônio e Fátima Albuquerque, de 57 e 65 anos.
"Esse domingo está muito bom, a banda é ótima. Acompanhamos sempre os projetos de Carnaval da cidade. O meu irmão, Antônio, é deficiente, então a questão da acessibilidade é muito importante pra mim. Aqui está aprovado", opinou Fátima, que entre uma dança e outra com o irmão encontrou fôlego para falar com O POVO.
A primeira atração da festa foi o bloco Dragões do Ritmo, que participa pela terceira vez do Pré-Carnaval de Fortaleza. Criado em 2019 no bairro Carlito Pamplona, o bloco surgiu a partir da reunião de familiares e amigos interessados em fazer samba e aproveitar as atividades carnavalescas da cidade. Viu-se obrigado a fazer uma pausa em 2020, no primeiro ano da pandemia, mas seguiu adiante.
Yago Almeida, cantor e um dos fundadores do grupo, avaliou que o diferencial e a razão do sucesso do Pré-Carnaval no espigão do Náutico é o público. "Nós vimos que a maioria das pessoas estava cantando. Pra gente, que é músico, a interação com o público é o mais importante. Toda a equipe está muito feliz com isso".
Entre os foliões também estava Joselina Soares, que aos 61 anos aproveitava a festa acompanhada de dois familiares. "Nós gostamos muito daqui, por ser agradável e a música ser muito boa. Estamos achando ótimo", comentou ela, que desde sábado aproveita a programação do Ciclo Carnavalesco pela cidade.
Joselina é integrante do bloco familiar "Vai Quem Quer", que tem 20 integrantes - três dos quais estavam no Pré do espigão do Náutico. O bloco surgiu em 2007 a partir do encontro de seus membros pelos pagodes do Meireles. De lá pra cá, o "Vai Quem Quer" tomou gosto pelo Pré-Carnaval do Náutico e virou frequentador assíduo do local.
Por volta das 19h30min, quem tomou conta do palco foi a cantora fortalezense Vitória Fernandez. Se no fim da tarde o público estava sendo embalado pelos tradicionais sambas e marchinhas, Vitória trouxe aos foliões os clássicos do axé, do forró e do piseiro.
Vinda de uma família de músicos - ela é filha do cantor Hilário Neto -, Vitória já está acostumada aos holofotes. "Minha mãe me levava para carnavais e micaretas desde os três anos de idade, para acompanhar meu pai. Então eu cresci com a música, cresci amando o Carnaval".
Vitória começou a cantar na igreja. Vendo que levava jeito para a coisa, passou a cantar em eventos, como casamentos. "Hoje eu continuo cantando para públicos menores, em ambientes fechados, amo fazer isso. Mas essa coisa do Carnaval, da festa popular e do show, está na veia", explica.
Quem também fez a alegria dos foliões foi a Corte Momina do Carnaval de Fortaleza. No Ciclo 2024, o reinado é composto pelo rei Francisco Cabral, pela rainha Fabíola Campos e pela princesa Claudinha Gonçalves, que recebeu a coroa pelo segundo ano consecutivo.
Claudinha começou a sambar em 2014, quando se tornou dançarina em programas televisivos cearenses. De lá pra cá, desfilou em duas escolas de samba: a Unidos da Acaracuzinho e o bloco Balakubaku.
Além de se apresentar no palco do prezinho do Náutico, a noite foi ainda mais especial para a dançarina, já que ela celebrava seu aniversário de 30 anos. Com direito a parabéns cantado pelo público, a passista se disse honrada por participar de mais um ano de Carnaval.
"Pra mim é gratificante. Não é mais tão desafiador, porque esse é meu segundo ano. Mas ainda existe uma dificuldade de seguir a agenda. Por dia a gente chega a visitar quatro polos carnavalescos da Capital. É ótimo fazer amizade. Estar perto das pessoas é gratificante, estar no meio do povo, da agitação, tudo isso me faz muito feliz", conta Claudinha.
Garantindo a segurança dos foliões, equipes da Polícia Militar atuavam em conjunto com o Batalhão Turístico, Guarda Municipal e agentes da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis). Nenhuma ocorrência havia sido registrada até as 21h30min.