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Campanha de vacinação contra a gripe é antecipada e começa dia 25 de março
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Campanha de vacinação contra a gripe é antecipada e começa dia 25 de março

Para este primeiro momento, a pasta da Saúde selecionou 18 grupos prioritários para receberem a imunização
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VACINAÇÃO contra a gripe foi antecipada (Foto: Phillipe Guimarães/ Ministério da Saúde)
Foto: Phillipe Guimarães/ Ministério da Saúde VACINAÇÃO contra a gripe foi antecipada

O Ministério da Saúde anunciou nessa quarta-feira, 28, que a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe começa mais cedo este ano. Segundo a pasta, o Governo Federal fará a distribuição dos imunizantes para as regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul em 20 de março e a aplicação começa no dia 25.

Para o Norte do País, a campanha começou ainda no segundo semestre do ano passado. A diferença é devido ao chamado "inverno amazônico", período de chuvas mais intensas e temperaturas menores na região, que começa em janeiro.  A mudança para aquela região ocorreu ainda em 2023, como uma nova estratégia de combate à gripe, considerando as diferenças de maior circulação viral. No restante do País, esse período costuma acontecer entre maio e julho.

Segundo o Ministério, porém, no ano passado a incidência de diagnósticos de gripe começou a aumentar mais cedo. A antecipação da campanha, que costumava ocorrer entre abril e maio, é uma estratégia do órgão para reduzir o risco de casos mais graves.

Conforme o diretor do Departamento do Programa Nacional de Imunização (PNI), Eder Gatti, a antecipação da vacinação contra a influenza é muito importante porque dá maior oportunidade das pessoas se vacinarem de forma antecipada para reduzir o risco da circulação do vírus.

“Estamos passando por um momento em que vivemos o aumento de casos de dengue em várias localidades e ao vacinar as pessoas, a gente diminui a confusão, porque o quadro clínico da dengue e da influenza são parecidos e também diminui a pressão sobre o sistema de saúde”, comentou o médico infectologista.

Gatti disse ainda que o adiantamento só foi possível porque o Instituto Butantã conseguiu adiantar a produção e entregar as doses do imunizante ao Ministério da Saúde, que foi fundamental para que a campanha pudesse ser antecipada.

Para 2024, foram listados pelo Ministério da Saúde 18 grupos prioritários para a vacinação contra a gripe. Ao todo, cerca de 75 milhões de pessoas devem ser imunizadas neste primeiro momento. Veja a lista:

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
  • Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
  • Trabalhadores da Saúde;
  • Gestantes;
  • Puérperas;
  • Professores dos ensinos básico e superior;
  • Povos indígenas;
  • Idosos com 60 anos ou mais;
  • Pessoas em situação de rua;
  • Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
  • Profissionais das Forças Armadas;
  • Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Caminhoneiros;
  • Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
  • Trabalhadores portuários;
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).

Para as crianças que receberão o imunizante pela primeira vez, recomenda-se que haja uma segunda dose, a ser aplicada 30 dias após a primeira. Aqueles que não estão nos grupos prioritários também vão poder se vacinar, já que após o início da campanha, o Governo Federal, estados e municípios vão divulgar a data da liberação da vacinação para o público.

Procurada pelo O POVO sobre a campanha de vacinação no Ceará, a Secretaria da Saúde (Sesa) informou que a Coordenadoria de Imunização no Estado ainda não recebeu oficialmente informações sobre a Campanha Nacional de Vacinação contra Gripe e lembrou ainda que segue as recomendações do Programa Nacional de Imunização.

Renovar a vacinação anualmente fortalece proteção contra o vírus

Ao longo do ano, os órgãos de saúde analisam as variantes da gripe em circulação no País. A vacina, chamada de trivalente, é produzida com base nos três principais tipos de vírus encontrados.

O Influenza, que causa a gripe, é um vírus com alta capacidade de mutação. Isto significa que, mesmo após ser infectado por ele, o corpo não mantém a capacidade de se proteger de novas contaminações por muito tempo. Por isso, é necessário manter a vacina atualizada, renovando a imunização anualmente.

Eder pontua ainda que existe uma vigilância global que monitora a circulação do vírus da gripe e quem consolida as informações desta é a Organização Mundial da Saúde (OMS) e todos os anos solta dois relatórios informando qual deve ser a composição da vacina. O Brasil oferece uma vacina que cobre três tipos de vírus da gripe, então a vacina da gripe muda a cada ano.

"É normal que haja uma queda da proteção da vacina pois ela não garante uma proteção duradoura. E aí o fato de nós vacinarmos todos os anos é uma forma também de renovarmos a proteção das pessoas. Então tem esses dois motivos para a vacinação ser anual, a renovação da proteção e também a garantia de que a composição da vacina cubra o vírus que mais circula”, informou

O imunizante tem contraindicação apenas a crianças menores de seis anos, ou para quem tenha apresentado reações graves a vacina em aplicações anteriores. Os efeitos colaterais comuns são inchaço e/ou dor no local da injeção (ocorre em 15 a 20% dos pacientes), febre (ocorre em 10% dos pacientes), mal-estar (10% dos pacientes) e dor muscular em diferentes partes do corpo (10% dos pacientes).

Em todos os casos, os sintomas são leves, não causando complicações significativas de saúde, e podem ser aliviadas com o uso de remédios. Eles costumam desaparecer em, no máximo, 48 horas. Não há interações medicamentosas significativas na vacina contra a gripe. Ela pode ser aplicada juntamente a quaisquer outras do calendário de imunização regular, inclusive a contra Covid-19.

A vacina é um método eficiente, seguro e cientificamente comprovado de prevenção de doenças. O uso do imunizante não gera problemas de saúde, e é importante aderir às campanhas de vacinação para evitar que as enfermidades se tornem mais graves e frequentes.

Com Gabriela Monteiro/Especial para O POVO

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