Fortaleza conta com 118 postos de saúde, espalhados por seis regionais. Os dados sobre localização e contato deles são disponibilizados no site da Prefeitura, mas moradores de diversos bairros relatam que enfrentam dificuldade para obter informações por ligação telefônica. O POVO ligou para 34 unidades das Regionais 1 a 6, entre os dias 6 e 13 de março, entre as 8h30min e as 10 horas, e também não obteve resposta.
Grande parte da população busca atendimento nos locais pela possibilidade de acessar os serviços gratuitos de forma mais rápida. Dentre os serviços ofertados, estão: atendimento médico, odontológico e de enfermagem e vacinação.
Uma leitora do O POVO relata que tentou realizar chamadas para algumas unidades de saúde, mas os telefones não estariam funcionando. Em uma das tentativas, ela afirmou que a ligação se encerrou após um toque. Além dos números de telefone, as informações disponibilizadas no site da Prefeitura incluem a localização das unidades de saúde, com o endereço, bairro e CEP.
No dia 6 de março, a partir dos números disponibilizados em uma das seções do Canal Saúde, a reportagem ligou para 28 postos de saúde da Capital, entre as 8h30min e as 9h30min. Para o número de telefone de cada posto, foram realizadas duas tentativas de ligação, porém nenhuma foi atendida.
Na maioria das ligações, a chamada foi completada, mas ninguém atendeu. Em outros postos de saúde, o contato não foi realizado por diferentes motivos: não foi possível completar a ligação, o número está bloqueado ou não pode receber chamadas e, em uma das unidades, a linha estava ocupada.
Na terça-feira, 12, O POVO visitou a entrada de três postos de saúde da Capital: César Cals de Oliveira — que passa por reformas, porém parte dos serviços ainda ocorre na unidade — no bairro Alto da Balança, Antônio Ciríaco de Holanda, na Parangaba, e Miriam Porto Mota, na Aldeota. A maioria dos moradores entrevistados afirmou que prefere ir pessoalmente às unidades por considerar mais rápido.
Rosilene Beserra, de 61 anos, mora próximo ao posto César Cals de Oliveira. Ela disse que a unidade de saúde é a única para a qual consegue realizar ligações. “Aqui, até que eu tenho sorte. Eu ligo e eu consigo. Geralmente aqui eu sou atendida.”
Porém, ela relatou que chegou a entrar em contato por telefone com outras unidades de saúde e não teve sucesso. “Eu até desisti de ligar. Eu vou logo lá, porque os telefones não atendem. Só chama, chama, chama. Você liga dez, 15 vezes por dia. Não atendem”, disse.
A moradora explicou que realiza as chamadas para obter informações sobre agendamento de exames, atendimento e acolhimento, além de informações sobre a disponibilidade de medicamentos.
Em nota enviada no dia 6 de março, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que, dos 118 postos de saúde de Fortaleza, 32 estão passando por obras de requalificação e 15 tiveram as intervenções finalizadas recentemente.
Segundo a SMS, as reformas incluem a manutenção das instalações elétricas das unidades, o que poderia ter ocasionado oscilações nos ramais telefônicos.
Porém, apenas duas das unidades contatadas pela reportagem estão entre os postos que passam por obras, de acordo com a lista de realocação de serviços atualizada pela Prefeitura no dia 28 de fevereiro. São eles: posto de saúde Sandra Nogueira (Vicente Pinzón) e posto Alarico Leite (Passaré).
Os serviços oferecidos nos dos dois postos foram realocados para diferentes unidades localizadas na região. Para saber mais detalhes sobre onde os atendimentos estão sendo realizados durante as obras, basta acessar a lista de realocação.
A Secretaria também afirmou que “realiza constantemente atualização nos ramais telefônicos” e divulga os números pelo Canal Saúde.
Na quarta-feira, 13, O POVO realizou novas tentativas de ligação para as 28 unidades citadas anteriormente, além de seis outros postos de saúde. As chamadas foram feitas entre às 8h36min e às 10h16min, porém nenhuma delas foi atendida.
O POVO solicitou mais informações para a SMS, e a matéria será atualizada quando a demanda for respondida.