Cerca de 100 estudantes da rede pública de ensino e jovens da Rede Cuca participaram de atividade de educação ambiental, ontem,13, na Lagoa do Opaia, no bairro Vila União, em Fortaleza. A ação, denominada “De Boa na Lagoa” , contou com atividade como limpeza no entorno da lagoa, plantio de mudas e jogos que promovem descarte correto de resíduos.
A ação teve como objetivo instruir os jovens a ocupar futuramente o Parque Urbano da Lagoa do Opaia, em reforma desde janeiro de 2023, de forma consciente e sustentável. Com previsão inicial de entrega para janeiro de 2024, a conclusão agora está prevista para outubro deste ano.
Por volta das 9 horas, após um primeiro turno de provas na Escola Municipal Haroldo Jorge Braun Vieira, os estudantes chegaram em caminhada à Lagoa do Opaia, próximo à av. Lauro Viêira Chaves. A ação ocorreu em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho.
O evento foi iniciativa da Secretaria Executiva Regional 4 (SER 4) e do Cuca Ambiental, programa de educação ambiental da Rede Cuca. “Após obras, em geral, costuma haver um aumento de ocupação da população nos espaços públicos, que é o ideal. No entanto, uma das problemáticas que isso traz são os resíduos, porque ainda não temos uma cultura de descarte correto e de recolhimento do lixo. Por isso, estamos fazendo um trabalho anterior de sensibilização”, comenta Clarice Araújo, gerente do Cuca Ambiental.
“Nós queremos envolver a população para que, de forma solidária, entendam que a responsabilidade de manter a cidade limpa é da gestão pública, dos alunos, dos moradores, e de quem vai trabalhar nesse local”, ainda pontuou o secretário da Regional 4, Ubiratan Teixeira.
Os alunos do ensino fundamental II, com idades entre 10 e 14 anos, utilizaram sacos para iniciar o recolhimento de resíduos menores no entorno da Lagoa, como latinhas, pedaços de papelões e garrafas plásticas. Mesmo com o sol forte e com poucos equipamentos para auxiliar na coleta, os alunos transformaram a tarefa em uma brincadeira.
Morando desde 2020 no bairro, o aluno Tainã Gabriel, de 13 anos, se recorda bem da Lagoa do Opaia antes das obras se iniciarem. “Aqui tinha muito mato e lixo, a população não vinha muito também. Eu espero que, assim que o lugar estiver renovado, fique limpo. Vai ser bom para nós e para nossos futuros filhos”, comenta o estudante do 8º ano.
Já os jovens educadores do Cuca Ambiental estiveram ativos no plantio de mudas nativas, bem como mediando brincadeiras com os estudantes sobre a preservação ambiental. Ingrid Castro, 18, é estudante de Pedagogia e participante no projeto Cuca Ambiental. Ela comenta sobre o engajamento da juventude na preservação do ambiente.
“O momento que estamos vivendo em relação às mudanças climáticas é muito urgente. Com o acesso a internet, acho que os jovens estão realmente engajados nessa causa. Queremos trazer o ativismo digital para a vida real”, diz.
Além da Lagoa do Opaia, também devem receber a ações de educação ambiental a Lagoa de Messejana (20/06), a Lagoa do Mondubim (26/6) e a Lagoa da Parangaba (27/6).
Em janeiro de 2023, a Prefeitura de Fortaleza anunciou que o prazo de conclusão para as obras na Lagoa do Opaia era de 12 meses. Ou seja, a entrega estava prevista para janeiro deste ano. Contudo, o local permanece em obras. De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura, Samuel Dias, o novo prazo para a conclusão das obras é até o final de outubro.
Além disso, o investimento inicial da obra era de R$ 16,5 milhões, com recursos do Fortaleza Cidade Sustentável (FCS), via Banco Mundial. Agora, conforme apontou a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), o investimento está em R$ 19,8 milhões, um aumento de mais de R$ 3 milhões.
No local, atualmente é possível ver funcionários realizando a instalação do piso intertravado, concretagem da ciclovia, bem a construção de boxes comerciais. Tapumes também permanecem em algumas áreas que, segundo a Prefeitura, equivalem a execução da Areninha e das quadras esportivas, do novo sistema de drenagem e execução da pista de skate.
Conforme Samuel Dias, a não conclusão das obras no prazo inicial não se trata de um atraso. “A obra sempre teve um ritmo bom de andamento e dentro do cronograma. O que houve foi a identificação da necessidade de ampliação de alguns equipamentos e melhorias que foram acrescentadas ao projeto original”, disse.
Segundo o secretário, a obra passa a contar com equipamentos voltados para comerciantes informais, “para que eles pudessem continuar tendo emprego e renda, mas que fizessem de uma forma organizada”.