Universidades federais e estaduais do Ceará disponibilizarão 18.430 novas vagas de ensino superior público a distância a partir de 2025. Em agosto de 2024, os primeiros editais para seleção de estudantes serão lançados. Com a expansão, realizada por meio do programa Universidade Aberta do Brasil (UAB), 25 novos polos de educação a distância serão construídos no Interior.
Conforme o edital da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que criou as novas vagas, o Ceará terá novos cursos EAD em 26 áreas, divididos entre bacharelados, licenciaturas e tecnológicos. Outros 16 cursos de especialização também serão ofertados na modalidade, incluindo pós-graduações em Hidrogênio Verde e Gestão de Escolas em Tempo Integral.
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As vagas serão divididas entre as universidades do Vale do Acaraú (UVA), Regional do Cariri (Urca) e Estadual do Ceará (Uece). Entre as instituições federais que ofertarão os cursos estão a Universidade Federal do Cariri (UFCA), a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE).
Apesar dos cursos serem ministrados a distância, os alunos precisam cumprir 30% da carga horária de forma presencial. Por isso, os polos criados nos municípios do Interior têm o papel de facilitar o acesso ao ensino superior, evitando deslocamentos para cidades distantes. Já existem 40 polos EAD espalhados pelo Estado. Com o novo pacote, o Ceará passará a ter 65 polos.
A definição de quais cursos serão ofertados em cada polo ainda não foi divulgada. A secretária da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), Sandra Monteiro, explica que as universidades farão a distribuição das vagas conforme a demanda de cada local, por meio de estudos que pretendem identificar carências profissionais da região.
De acordo com o governador Elmano de Freitas (PT), a localização dos polos foi decidida com base em parcerias e manifestações de interesse de prefeitos, além de dar prioridade a municípios sem cursos presenciais.
A estudante Samara Sampaio, 22, do curso de História EAD do polo UAB de Canindé, acredita que a expansão pode facilitar o ingresso no ensino superior de jovens que não podem se deslocar para outras cidades para cursar a graduação. “É uma grande oportunidade para vários jovens da cidade que, assim como eu, não tem como vir para a Capital fazer uma graduação”, diz.
Luiz Lira, coordenador-geral de Articulação de Cursos EAD da Capes, explica que os polos terão infraestrutura física, como bibliotecas, computadores, acessibilidade a internet e espaços para estudo. Também são nesses locais que ficam as gestões dos cursos. O coordenador do polo, segundo ele, deverá ser alguém da área da educação que conheça a realidade dos municípios.
“A Capes só autoriza o funcionamento se tiver infraestrutura adequada, tanto física quanto humana”, diz. Ele afirma que para atender aos alunos, os cursos precisam ter professores formadores e tutores. “Um ponto diferente do setor privado é que a Capes tem a média de um tutor para 18 alunos na graduação e um para 25 alunos na especialização, além de um professor formador para cada disciplina”, diz Lira.
A maioria das vagas EAD no ensino superior atualmente são do setor privado. O reitor da Uece, Hidelbrando Soares, acredita que a expansão da modalidade nas universidades públicas é positiva, sendo possível fomentar os pilares das instituições mesmo a distância, como o ensino, a pesquisa e a extensão.
“Todos os alunos do programa são alunos das universidades, recebem os diplomas como qualquer outro aluno da instituição, o diploma tem o mesmo valor. A única diferença é que ele é aluno da modalidade EAD”, afirma.