Mais de 2 mil notebooks foram entregues para os professores da rede pública de ensino estadual do Ceará. Objetivo é oferecer melhores condições de trabalho aos educadores, buscando planejamento mais eficiente das aulas e capacitação permanente dos profissionais. Ao todo, 2.259 equipamentos foram entregues para professores efetivos e temporários pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), ontem, 20, no Palácio da Abolição, em Fortaleza.
Os notebooks estão incluídos no Programa Ceará Educa Mais, implantado em 2021, e que atende um dos oito eixos da política educacional: a Educação Conectada. Os demais são: Aperfeiçoamento pedagógico; Desenvolvimento e Qualificação dos Professores; Avanço na Aprendizagem; Tempo Integral; Cuidado e Inclusão; Preparação para o Enem; e Qualificação Acadêmica e Profissional dos Estudantes.
“Favorece o trabalho do professor, assim como a capacitação permanente dele por meio da liberação para fazer mestrado e doutorado. É um conjunto de medidas. O fundamental é que a aprendizagem aconteça na medida que o professor tenha as condições necessárias”, disse.
Conforme a titular da Secretaria da Educação do Ceará (Seduc), Eliana Estrela, a entrega atende à inclusão da conectividade para a criação de conteúdos e a prática de atividades necessárias à aprendizagem remota. “É mais um instrumento para o professor realizar um planejamento das aulas, a formação deles por meio da participação de curso onlines e também um equipamento que pode dar conectividade para onde ele estiver”, comentou.
Para o professor indígena Felipe Garcia, da Escola Indígena Vila dos Cacos, do etnia Tapeba, no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), o equipamento vai permitir a construção de aulas mais inovadoras e interativas. “A gente utiliza muito dos notebooks para atrelar cultura, tradição e inovação. Não deixamos de lado o nosso costume, a gente inova com os equipamentos numa relação hipercultural”, disse.
O professor de Física Felipe Alves, do Colégio Estadual Liceu do Ceará, no bairro Jacarecanga, em Fortaleza, afirma que ministrar aulas de robótica sem um equipamento é sempre um desafio. O educador afirma que é fundamental o equipamento para o planejamento das aulas práticas. “Vai ficar mais fácil fazer jogos de interação”, destaca.
Ao todo, no programa, a Seduc afirma que adquiriu 29.800 notebooks. O valor investido foi de R$ 50,27 milhões. Os demais equipamentos, conforme a Secretaria, foram entregues em anos anteriores. Os profissionais que receberam os 2 mil equipamentos estão entre os profissionais chamados no último concurso público da rede. Os docentes foram empossados em janeiro deste ano e fazem parte dos 3.798 classificados no certame de 2018.
Apesar das ações, o chefe do Executivo afirmou que ainda há um caminho longo para a educação. “Temos a melhor rede pública de ensino do País, mas não estamos acomodados. A educação que nós queremos está acima de um patamar que estamos hoje. Queremos melhores condições para nossos professores e alunos”, disse Elmano.
Durante a entrega, o governador ressaltou que os alunos do 1º e 2º ano do ensino médio vão receber 200 mil novos tablets. O objetivo, segundo o gestor, é reforçar a inclusão digital. “Daqui a algumas semanas, vamos entregar todos os tablets, com investimento de R$ 180 milhões”, disse.
O Sindicato dos Professores do Ceará (Sinpro) irá apresentar um projeto que tem como base a utilização de recursos do pré-sal para a valorização da escola pública. O presidente do Sinpro, Anízio Melo, afirma que falta uma regulamentação sobre esse projeto. O documento será apresentado à titular da Seduc, Eliana Estrela, nesta quarta-feira, 21, no gabinete da secretária.
De acordo com Anízio, o objetivo é que as escolas e os profissionais da educação tenham acesso a um bônus relacionado aos índices educacionais e ao desenvolvimento da escola, com objetivo de reconhecer o trabalho dos professores.
“A partir do Ceará, quando o governador assumir esse compromisso, os recursos do pré-sal hoje, que têm um expectativa de R$ 900 bilhões, que parte dessa fração seja destinada à educação como manda a lei. E não como alguns governadores querem desvincular esses recursos”, disse Anízio.
Elmano citou que há uma expectativa de receber o projeto, mas ressalta atenção de demandas em outras áreas, como a saúde. “Só hoje nós temos 17 mil pessoas esperando uma cirurgia de ortopedia. Eu quero muito poder dialogar e receber o projeto, mas tendo consciência do que é um projeto de construção de nação que o País tem que enfrentar”, pontua.