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Ceará deve se tornar o segundo estado mais populoso do Nordeste em 2059, projeta IBGE
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Ceará deve se tornar o segundo estado mais populoso do Nordeste em 2059, projeta IBGE

Conforme projeções do IBGE, divulgadas nesta quinta-feira, 22, Ceará deve ultrapassar Pernambuco
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Projeções de População do IBGE (Foto: Luciana Pimenta)
Foto: Luciana Pimenta Projeções de População do IBGE

O Ceará deve passar Pernambuco e se tornar o segundo estado mais populoso do Nordeste em 2059. É o que apontam as primeiras Projeções de População do IBGE com dados do Censo Demográfico 2022, divulgadas nesta quinta-feira, 22. 

Neste ano, a estimativa é que o Estado tenha 9.233.656 habitantes. O crescimento populacional vai desacelerar até atingir, em 2042, seu valor máximo: 9.582.905 habitantes. A partir desse momento, a população começa a cair.

Em Pernambuco, a queda começa em 2038. A inversão ocorre em 2059, quando Ceará terá 9.242.377 e Pernambuco, 9.237.027. A partir deste ano, a população do Ceará deve diminuir, até chegar aos 8.661.295 habitantes em 2070.

Mudanças no perfil da população

O estudo demográfico também mostra que a taxa de fecundidade caiu de 2,58 para 1,51 filho por mulher entre 2020 e 2023. Taxa continua recuando até atingir o ponto mais baixo em 2036: 1,41. Já a idade média da população cearense atingiu 34,7 anos em 2023 e deve subir para 49,1 anos em 2070.

A partir de 2050, dados indicam que a taxa terá pequeno aumento, indo a 1,43 em 2050, a 1,46 em 2060 e chegando a 1,49 em 2070. Com a redução da fecundidade, consequentemente, o número de nascimentos ocorridos a cada ano também se reduz.

Com relação à idade média da fecundidade — a idade média em que as mulheres têm seus filhos — será observado aumento. Número era de 25,6 anos em 2000, passou para 27,5 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070 no Estado. 

O número de nascimentos no Ceará era de 169.208 em 2000. Houve queda para 134.517 em 2010 e 113.562 em 2022. Projeção indica que, em 2070, número cai drasticamente para 62.516nascimentos.

Conforme Izabel Marri, gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, as regiões que apresentaram maior redução do número de nascimentos ao longo da última década foram o Norte e, principalmente, o Nordeste.

Envelhecimento da população no Ceará 

O esperança de vida ao nascer no Ceará, de acordo com a pesquisa, subiu de 71,5 anos em 2000 para 77,1 anos em 2023. Entre os homens, esse indicador foi de 67,9 anos para 73,3 anos, no período, e entre as mulheres, de 75,1 anos para 80,8 anos.

Segundo Izabel, o aumento desse indicador há algum tempo está relacionado principalmente com os avanços da medicina. 

Com a queda dos nascimentos e aumento da esperança de vida, a população tende a ficar mais velha. De 2000 para 2023, a proporção de idosos (pessoas com 60 anos ou mais) na população cearense subiu de 9,2% (706 mil) para 14,5% (1,3 milhão). 

Em 2070, cerca de 39,3% dos habitantes do Estado terão 60 ou mais. Em números absolutos, serão 3,4 milhões idosos. 

Outro indicador que ilustra a mudança no padrão etário do estado é a idade média da população. A média de 27,3 anos em 2000 e subiu para 34,7 anos em 2023. A idade média projetada da população cearense para 2070 é de 49,1 anos. 

Dados utilizados

Para elaborar as Projeções de População do IBGE, instituição utiliza dados provenientes de diversas fontes, como os três censos demográficos mais recentes (2010, 2010 e 2022), a série histórica das Estatísticas do Registro Civil (iniciada em 1974) o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), ambos do Ministério da Saúde, entre outros. 

População brasileira começará a diminuir em 2042, diz IBGE
População brasileira começará a diminuir em 2042, diz IBGE

IBGE projeta que população brasileira começará a diminuir a partir de 2042

 

A população brasileira começará a diminuir a partir de 2042, segundo projeções divulgadas ontem (22), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Portanto, em 2041, o Brasil deverá atingir seu número máximo de habitantes, estimado em 220,43 milhões de pessoas.

De acordo com o IBGE, a previsão é de que a taxa de aumento populacional, que em 2024 deverá ser de cerca de 0,4%, diminua gradativamente até 2041. A partir de 2042, o índice de queda da população também deve cair de forma gradual e se aproximar de 0,7% ao ano em 2070, quando o total de habitantes do País deverá alcançar 199,23 milhões.

“No início dos anos 2000, a gente tinha uma taxa de crescimento acima de 1%. Estamos nos aproximando de zero. Em se tratando de Brasil, isso se dá principalmente pelo saldo de nascimentos e mortes. Nesse ponto [em 2042], o número de óbitos superaria os nascimentos”, afirma o pesquisador do IBGE Marcio Minamiguchi.

Três estados já devem começar a perder população ainda nesta década: Alagoas e Rio Grande do Sul (em 2027) e Rio de Janeiro (em 2028). Dois estados ainda devem manter crescimento populacional até a década de 2060: Roraima e Santa Catarina (até 2063). A população de Mato Grosso deverá continuar crescendo pelo menos até 2070 (o IBGE não projeta além desta data).

A previsão anterior, de 2020, era de que a população brasileira só começasse a cair em 2048, depois de atingir o pico de 233,23 milhões de pessoas em 2047 – ou seja, quase 13 milhões a mais e seis anos mais tarde do que a nova projeção).

As projeções divulgadas nesta quinta-feira se baseiam nas novas estimativas populacionais feitas pelo IBGE, com base nos dados do Censo 2000, 2010 e 2022, na Pesquisa de Pós-Enumeração do Censo (PPE, que corrigiu inconsistências do levantamento demográfico de 2022) e nos registros de nascimento, mortes e migração no pós-pandemia.

Estima-se, por exemplo, que a população do Brasil era de 210.862.983, em 1º de julho de 2022, acima dos 203 milhões calculados inicialmente pelo Censo 2022, um ajuste de 3,9%.

Reposição

De acordo com Minamiguchi, a queda de população tem relação com a redução da taxa de fecundidade da mulher brasileira. Em 2023, a taxa chegou a 1,57 filho por mulher, bem abaixo da taxa considerada adequada para a reposição populacional (2,1 filhos por mulher).

Em 2000, o Brasil superava essa taxa, com 2,32 filhos por mulher, o que indicava a perspectiva de crescimento populacional para as décadas seguintes. Cinco anos depois, a taxa já havia caído para 1,95 filho, passando para 1,75 em 2010, 1,82 em 2015 e 1,66 em 2020.

Em 2000, apenas a região Sudeste estava ligeiramente abaixo da taxa de reposição, com 2,06 filhos por mulher. Em 2015, apenas a região Norte mantinha-se acima dessa taxa, com 2,16 filhos por mulher. Em 2020, já não havia nenhuma região com taxa acima de 2,1.

“Essa queda da fecundidade tem um histórico mais longo. Ela ganhou força na metade da década de 1960. Para a gente ter uma ideia, essa taxa, em 1960, era de 6,28 filhos por mulher”, disse a pesquisadora do IBGE Marla França.

Entre as unidades da federação, apenas Roraima ainda mantém taxa de fecundidade acima do nível de reposição em 2023, com 2,26 filhos por mulher. A menor taxa estava no Rio de Janeiro (1,39).

A projeção é de que a taxa de fecundidade no País continue a cair até 2041, quando deverá atingir a 1,44 filho por mulher, apresentando, depois disso, ligeiro aumento até 2070, quando chegará a 1,5.

O número de nascimentos, por ano, que era de 3,6 milhões em 2000, passou para 2,6 milhões em 2022 e deve chegar a 1,5 milhão em 2070.

Maternidade

As novas projeções do IBGE também indicam aumento da idade média da maternidade. Em 2000, as mulheres tinham filhos com 25,3 anos, em média. Vinte anos depois, essa idade média passou para 27,7 anos. A previsão é de que, em 2070, chegue a 31,3 anos.

“Ao longo do tempo, a gente percebe que a fecundidade está envelhecendo. Hoje a gente tem a maior parte das mulheres tendo filhos de 25 a 29 anos. Isso se deve ao adiamento da maternidade que essas mulheres têm feito”, ressalta a pesquisadora do IBGE Luciene Longo.

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