Nas cores e nos afetos de uma estrutura feita para acolher, a Cidade da Criança sedia o Projeto Casulo, que oferece experiências lúdicas e interativas para crianças na chamada primeira infância, de 0 a 6 anos. Com suas atividades iniciadas em julho deste anos, a iniciativa conta com dois espaços recebem as crianças encaminhasas das redes municipiais de saúde e educação: a Bebeteca – para crianças de 1 a 3 anos – e o Ateliê – os 3 até os 6 anos.
O projeto acolhe, principalmente, órfãos da pandemia, filhos de mães adolescentes e família com cadastro atualizado no CadÚnico. Além disso, a Saúde também faz o encaminhamento de crianças que estão na lista de espera do NDI - Núcleo de Desenvolvimento Infantil.
A iniciativa é desenvolvida pela Coordenadoria Especial da Primeira Infância (Cespi) junto à Fundação da Criança e da Família Cidadã (Funci), e o objetivo é promover desenvolvimentos saudável e integral das crianças assistidas, em especial das crianças em condição de vulnerabilidade social. Atualmente, 20 crianças são assistidas pelo projeto.
O presidente da Funci, Raimundo Gomes de Matos, pontua que tem se observado um contingente de crianças que necessitam de apoio em seu desenvolvimento cognitivo, principalmente aquelas de 0 a 3 anos, a época que ocorre o desenvolvimento neurológico.
“A proposta do Casulo é um mecanismo preliminar de prevenção para identificar nas escolas e unidades de saúde aquelas crianças que precisam de apoio para fortalecer seu desenvolvimento motor e sensorial. Então, esse é um projeto piloto que a gente teve apoio de instituições nacionais e internacionais que apostaram numa proposta necessária para ajudar essas crianças”, aponta.
Jussara Camelo, vice-presidente da Fundação, complementa dizendo que o projeto foi pensado no cenário pós-Covid. Os estudos para o desenvolvimento do Casulo contaram com a participação das pastas da Saúde, Educação e Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, além da Coordenadoria da Primeira Infância, com a liderança da Funci.
“O objetivo é incluir e buscar as crianças que estão no limbo, que ainda não têm diagnóstico, mas que foram afetadas pela Covid-19 diante do distanciamento e dos outros cenários que a pandemia criou. Então, procuramos impactar a vida dessas crianças de forma inclusiva, fazer com que as crianças se desenvolvam e acompanhem os demais colegas de forma igualitária”, explica.
As crianças recebem atendimento de psicopedagogos, educadores físicos, arte educadores e monitores. Conforme a psicopedagoga e coordenadora do projeto, Delany Rocha, existe um planejamento para os atendimentos das crianças, e cada uma recebe um atendimento conforme a sua necessidade.
Na Bebeteca, é trabalhado o desenvolvimento motor e cognitivo com brincadeiras ao ar livre no Parque da Criança – onde a sede do projeto está inserida —, atividades sensoriais e contação de história. Já no Ateliê são trabalhados estímulos por meio de atividades como pintura, criação, expressão corporal e musicalidade.
“A gente trabalha de segunda a quinta com as crianças e na sexta-feira nós nos planejamos e nos capacitamos para realizarmos esses atendimentos com as crianças.Temos todo um roteiro, desde a acolhida da criança e da família até a parte do desenvolvimento do nosso trabalho, indo bem na linha do que a criança mais precisa”, detalha Delany Rocha.
Os atendimentos são realizados quatro vezes no mês e, quando é possível, as psicopedagogas fotografam os assistidos em cada sessão para montar um portfólio com a evolução da criança com o passar do tempo.
A vice-presidente da Funci, Jussara Camelo diz ainda que a escolha do Parque da Criança foi feita como uma forma de revitalização do Centro da Cidade. “Escolhemos esse local de forma emblemática para que haja o resgate do Parque da Criança, dos ambientes fechados e também da área externa, já que algumas atividades são desenvolvidas ao ar livre”, relatou.