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Parque do Cocó: mais de 50 ocorrências de incêndio em 2 anos
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Parque do Cocó: mais de 50 ocorrências de incêndio em 2 anos

| FOGO | Nova queimada foi registrada na tarde de ontem, sendo a terceira em quatro dias
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INCÊNDIO em área do Cocó próximo à avenida Raul Barbosa (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE INCÊNDIO em área do Cocó próximo à avenida Raul Barbosa

Um novo incêndio foi registrado no Parque do Cocó, em Fortaleza, ontem, 2. Iniciadas no começo da tarde, as chamas entraram pela noite. Até o fechamento desta edição, o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBM-CE) continuava no local para debelar o fogo. Também não houve divulgação da estimativa de área afetada. Foi a terceira ocorrência de incêndio no parque em quatro dias. Outras queimadas foram registradas na sexta-feira, 29, e no sábado, 30.

Os incêndios dos últimos dias se inserem em um cenário de repetidas ocorrências no parque, considerado uma Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral. Em dois anos, o Corpo de Bombeiros foi acionado para mais de 50 ocorrências de incêndio em vegetação na região.

Os números foram apresentados pela própria corporação no âmbito de um Inquérito Civil Público (ICP) do Ministério Público Estadual (MPCE), instaurado por ocasião do incêndio ocorrido entre 17 e 21 de janeiro deste ano, que atingiu uma área de 18,31 hectares do parque.

Em 2023, foram 15 acionamentos para incêndio em vegetação, havendo ainda outros sete chamados para sinistros outros, como incêndio em residências e em monturos. Em 2024, de janeiro a agosto, foram 43 registros de incêndio em vegetação e mais 12 outros tipos de ocorrências.

Alguns dos acionamentos se referem a um mesmo incêndio, mas em pontos ou horários diferentes. Entre 17 e 21 de janeiro, por exemplo, foram 21 chamados.

O ICP referente ao incêndio de janeiro segue em andamento. No último dia 22 de novembro, uma audiência pública foi convocada pelo MPCE para diversos órgãos explicarem as medidas adotadas para sanar os danos causados pelo fogo.

Além da vegetação afetada, 22 animais morreram no incêndio — nove serpentes, seis punarés, dois jabutis e cinco jiboias. Uma nova audiência deverá ser realizada.

No âmbito criminal, a Justiça determinou o arquivamento da investigação, após a Polícia Civil não ter conseguido identificar suspeitos de terem causado o incêndio. Laudo da Perícia Forense apontou indícios de que o fogo começou por ação humana. Na zona identificada como a de origem do incêndio, foram encontrados objetos como isqueiros, recipientes contendo líquidos amarelado, garrafa de álcool e dois mangotes.

Laudo da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) referente aos incêndios desses últimos dias deve ser concluído ao longo da semana.

Em nota, a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema) afirmou ter acompanhado e monitorado os trabalhos de combate ao fogo no Cocó através do sistema de vigilância eletrônica da Unidade de Conservação, assim como drones foram utilizados e rondas presenciais foram realizadas.

A pasta também disse que a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) realiza o monitoramento dos focos de calor na região.

Ocorrências de incêndio no Parque do Cocó para as quais os Bombeiros foram acionados

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