Um vírus respiratório que causa sintomas gripais leves têm apresentado aumento de casos no norte da China, o metapneumovírus (HMPV). Mas ele não é novo e circula no Ceará. Em 2024, foram detectadas 129 amostras positivas para o metapneumovírus humano no Estado. Ele é considerado um "primo" do vírus sincicial respiratório (VSR), velho conhecido dos cearenses.
Antonio Silva Lima Neto, o Tanta, secretário executivo de Vigilância em Saúde da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), explica que as viroses respiratórias mais comuns são sazonais. Ou seja, atingem determinadas áreas em determinadas estações.
"Ondas sistemáticas, endêmicas ou epidêmicas, de vírus respiratórios acontecem todos os anos. Independentemente do que ocorra, você tem as chamadas ondas sazonais", diz. Junto com o influenza, outras viroses respiratórias circulam anualmente, como o HMPV.
Segundo ele, até então, não há uma descrição genômica de uma nova variante. "A gente não tem muitos detalhes. Sendo o mesmo vírus, a gente não espera uma mudança de padrão e de comportamento. Em sendo um vírus com rearranjo genômico, mudança genômica, pode vir a ser um problema de saúde pública. Por enquanto, não", afirma.
De acordo com Tanta, nunca houve predominância do metapneumovírus no Ceará. "A gente teve casos esporádicos ao longo do ano e, a maioria, leve. Com uma variação bem grande de faixa etária", diz.
Segundo a Sesa, a circulação do vírus ocorre em todas as regiões de saúde do Estado. Até o momento, não se observa mudança no padrão de comprometimento clínico dos pacientes.
Das 129 amostras de MHPV identificadas no Estado este ano, 51,9% são do sexo feminino, com idades variando de 27 dias a 86 anos. A faixa etária predominante é entre crianças menores de 5 anos. (Colaborou Alexia Vieira)