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Após ameaçar paralisação, anestesiologistas do CE negociam débitos trabalhista
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Após ameaçar paralisação, anestesiologistas do CE negociam débitos trabalhista

Médicos estão em negociação com o Instituto Dr. José Frota (IJF) e as secretarias municipais de Fortaleza, Caucaia e Maranguape, para acertar dívida de mais de R$ 3,6 milhões
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UMA das dívidas é referente aos serviços prestados no IJF (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS UMA das dívidas é referente aos serviços prestados no IJF

Médicos anestesiologistas vinculados à Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (Coopanest-CE) reivindicam o pagamento de serviços prestados em unidades de saúde de Fortaleza, além de Caucaia e Maranguape, na Região Metropolitana (RMF). Entidade chegou a ameaçar paralisação e atualmente está em negociação com contratantes para acertar débito, que ao todo já ultrapassa o valor de R$ 3,6 milhões. 

De acordo com informações divulgadas pelo Sindicato dos Médicos do Estado, uma das dívidas é referente aos serviços prestados no Instituto Dr. José Frota (IJF). Débito já passa de R$ 1 milhão e se refere à pendência do pagamento das folhas dos meses de setembro, outubro e novembro de 2024.

A cooperativa sinalizou para a instituição que, caso não seja apresentado um cronograma de pagamento, o serviço dos profissionais na unidade pode ser suspenso a partir do dia 3 de fevereiro próximo, o que impactaria diretamente na realização de cirurgias eletivas e de urgência.

A paralisação também foi uma possibilidade apontada para outras unidades de saúde de Fortaleza. Conforme sindicato, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) deve aos profissionais o valor de R$ 1.845.356,80, distribuído "entre dívidas parciais e meses sem repasse integral". Faturas pendentes correspondem aos meses de janeiro a julho e setembro a novembro de 2024.

Já em Caucaia, na Região Metropolitana (RMF), os anestesiologistas que atuam no Hospital e Maternidade Santa Terezinha e no Hospital Municipal Abelardo Gadelha da Rocha estão com atrasos salariais que ultrapassam R$ 815 mil, referente aos meses de outubro, novembro e dezembro do ano passado. Caso a situação não seja regularizada, profissionais ameaçaram suspender serviços a partir do dia 7 de março.

De acordo com a Coopanest-CE, a cidade de Maranguape, também na RMF, deve aos profissionais o valor de R$ 259 mil, referente aos pagamentos de setembro, outubro e novembro. 

Júlio Alexandre, presidente da cooperativa, aponta que o principal problema dos atrasos é a insegurança causada nos médicos, que gera perda de credibilidade das contratações e acaba afetando nas coberturas.

"Imagina você trabalhar e não saber quando vai receber, se vai receber? Essa insegurança é muito ruim para o serviço e acaba prejudicando também, porque você fica com aquela dificuldade enorme de tá mandando profissional sem aquela previsão de pagamento", destaca o representante. 

Entidades entram em negociação para sanar débito 

Procurada pelo O POVO, a assessoria do IJF se manifestou acerca da dívida e destacou que desde que assumiu "a nova gestão está em contato direto com as empresas contratadas para a normalização dos fornecimentos de insumos, medicamentos e serviços ao hospital".

A Coopanest-CE confirmou o contato e destacou que se reuniu com representantes do IJF na última segunda-feira, 27, ocasião em que órgão assegurou que, a partir da "competência de Janeiro/2025, vai realizar o pagamento do mês subsequente a prestação do serviço", seguindo fluxo nos meses seguintes. 

"Em relação ao passivo referente as competências de setembro a dezembro de 2024, a Superintendente (do IJF) se comprometeu em agilizar o processo de reconhecimento de dívida para a regularização dos pagamentos", destacou cooperativa em nota divulgada nas redes sociais. 

Já na quarta-feira, 29, a cooperativa esteve reunida com a secretaria de saúde de Caucaia, ocasião em que ficou acordado "que a partir da competência de janeiro/2025 será realizado o pagamento de forma antecipada no mês subsequente ao da prestação do serviço". E em relação ao passivo da competência de outubro, que estava empenhado, pasta informou que "tentaria realizar o pagamento em fevereiro".

Segundo a Coopanest-CE, sobre as competências de novembro e dezembro do ano passado a pasta informou que "a partir de março encaminharia uma proposta de parcelamento para quitação da dívida". O POVO procurou, por meio de e-mail, a assessoria do município, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria. 

Em relação à dívida da SMS, a pasta marcou uma reunião com a cooperativa para o dia 6 de fevereiro próximo, para tratar do débito. Em nota encaminhada ao O POVO, a secretaria destacou que "não houve interrupção dos procedimentos médicos e cirúrgicos que necessitam de anestesia".

"Até a próxima semana será realizado repasse financeiro para a Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Ceará (Coopanest), responsáveis pelo pagamento dos profissionais anestesiologistas", garantiu. 

Pasta também reforçou a realização da reunião entre a cooperativa e o IJF e destacou que "no que se refere ao déficit financeiro deixado pela gestão anterior, a Prefeitura de Fortaleza avalia o montante para realizar os pagamentos o mais breve o possível". 

Sobre Maranguape, a Coopanest-CE informou que a prefeitura da cidade se comprometeu a "realizar o pagamento do período em que consta débito após o reconhecimento da dívida". 

O POVO procurou, por meio de ligação e mensagem no WhatsApp, o prefeito de Maranguape, Átila Câmara, mas não houve retorno do mesmo. De acordo com o presidente da Coopanest-CE, Júlio Alexandre, caso promessas dos municípios não sejam cumpridas os serviços ainda podem ser paralisados. 

Entidades entram em negociação para sanar débito

Procurada pelo O POVO, a assessoria do IJF se manifestou acerca da dívida e informou que desde que assumiu "a nova gestão está em contato direto com as empresas contratadas para a normalização dos fornecimentos de insumos, medicamentos e serviços ao hospital".

A Coopanest-CE confirmou o contato e destacou que se reuniu com representantes do IJF na segunda-feira, 27, quando o órgão assegurou que, a partir da "competência de Janeiro/2025, vai realizar o pagamento do mês subsequente a prestação do serviço", seguindo fluxo nos meses seguintes.

"Em relação ao passivo referente as competências de setembro a dezembro de 2024, a Superintendente (do IJF) se comprometeu em agilizar o processo de reconhecimento de dívida para a regularização dos pagamentos", destacou a cooperativa.

Já na quarta-feira, 29, a cooperativa esteve reunida com a secretaria de saúde de Caucaia, e ficou acordado "que a partir da competência de janeiro/2025 será realizado o pagamento de forma antecipada no mês subsequente ao da prestação do serviço". E em relação ao passivo da competência de outubro, que estava empenhado, pasta informou que "tentaria realizar o pagamento em fevereiro".

Segundo a Coopanest-CE, sobre novembro e dezembro de 2024 a pasta informou que "a partir de março encaminharia proposta de parcelamento para quitação da dívida". O POVO procurou a assessoria do município, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.

Sobre a dívida da SMS, a pasta marcou uma reunião com a cooperativa para o dia 6 de fevereiro e diz que "não houve interrupção dos procedimentos médicos e cirúrgicos que necessitam de anestesia".

"Até a próxima semana será realizado repasse financeiro para a Coopanest", acrescentou.

Sobre Maranguape, a Coopanest-CE informou que a prefeitura da cidade se comprometeu a "realizar o pagamento do período em que consta débito após o reconhecimento da dívida".

O POVO procurou o prefeito de Maranguape, Átila Câmara, mas não houve retorno.

Risco

De acordo com o presidente da Coopanest-CE, Júlio Alexandre, caso promessas dos municípios não sejam cumpridas os serviços ainda podem ser paralisados

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