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Idosos fazem a festa na Vila Social de Messejana
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Idosos fazem a festa na Vila Social de Messejana

Pré-carnaval FelizIdade reuniu cerca de 300 idosos para festejar o período carnavalesco
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A programação integra a campanha permanente Envelhecer com Dignidade (Foto: Beatriz Belchior/Ascom Sedih/Divulgação)
Foto: Beatriz Belchior/Ascom Sedih/Divulgação A programação integra a campanha permanente Envelhecer com Dignidade

Aproximadamente 300 idosos, organizados em seis ônibus com diversos grupos, chegaram às 8 horas na Vila Social de Messejana, em Fortaleza, para aproveitarem o clima de Pré-Carnaval nesta sexta-feira, 21. A programação contou com alongamentos, Carnaval da FelizIdade com apoio da banda do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE) e um baile.

A Secretaria dos Direitos Humanos do Ceará (Sedih), por meio da Coordenadoria Especial de Políticas Públicas para as Pessoas Idosas (Coepi), idealizou a I Semana do Envelhecimento Ativo e Saudável. A série de eventos, que começou na última terça-feira, 18, com objetivo de fomentar a saúde para a terceira idade, culminou na folia carnavalesca que só foi acabar às 11 horas desta manhã.

De acordo com Vyna Leite, coordenadora da Coepi, a iniciativa faz parte da campanha permanente Envelhecer com Dignidade, que visa promover o direito da pessoa idosa e o combate à violência. Ela informa que a escolha do bairro se deu por causa da numerosa quantidade de mais velhos. Segundo dados da Prefeitura de Fortaleza, 5.035 habitantes com mais de 60 anos de idade residiam na comunidade entre 2021 e 2022. 

"É uma oportunidade de falar sobre política com uma forma feliz, descontraída e suave. O Carnaval é uma festa muito democrática e é para todas as idades. É uma chance das pessoas idosas virem com suas famílias, com seus filhos, com seus netos, mostrando que não precisamos segregar. Pelo contrário, a gente quer estar junto", diz Vyna.

Conforme Hadriele Leite, técnica da Secretaria do Esporte (Sesporte) - órgão parceiro da ação - o núcleo do programa funciona na Vila da Messejana, na Arena Castelão, no Canindezinho e no Genibaú, atendendo a cerca de 250 indivíduos. Segundo Hadriele, a atividade física é realizada de forma sistemática em duas vezes na semana, com atividades de alongamento, ginástica, treinamento funcional, almejando contribuir na qualidade de vida desta faixa etária. "Saúde e qualidade de vida é tudo o que eles precisam", informa. 

O tenente-coronel George Girão, do CBMCE, conta que a essência do projeto Saúde, Bombeiro e Sociedade (iniciado em 2003) são atividades lúdicas e de força física de baixo impacto. "O carnaval, com as marchinhas carnavalescas antigas e tradicionais, é um momento oportuno", fala. 

Os foliões 

A dona de casa Antônia Selma Amarante da Silva, 58 anos, foi ao local no ônibus do projeto Viva Mais da Vila Social, do bairro Canindezinho. "Estou adorando, porque tanto é bom para a mente, como é bom também para o corpo. Eu gosto do Carnaval e de tudo", conta. A foliã compareceu juntamente com o educador físico Robson Sousa Oliveira, 37, que orienta o grupo. Ele cita que faz esta viagem para proporcionar um momento de diversão e para desopilar a turma entre 80 a 100 pessoas. "É importante para elas vivenciar, sair daquela rotina e se movimentar. Ver que, por meio do exercício físico, vai liberar endorfina e trabalhar a musculatura por completo", afirma. 

A animada Maria de Lourdes Linhares, 72, aposentada, escolheu a fantasia de palhaça para curtir a festa. "O carnaval me marca, desde menina, e é uma animação. Eu vou extravasar a criança que ainda continua dentro de mim! O dia está maravilhoso! Esta I Semana do Envelhecimento Ativo e Saudável está sendo incrível para todos os grupos que estão interagindo. Nós estamos felicíssimos com a atividade", comemora. Maria participa ativamente dos parceiros do evento FelizIdade, como também do Programa Saúde, Bombeiro e Sociedade, além de integrar o Fórum Cearense de Políticas para a Pessoa Idosa (Focepi). 

Fabiano de Menezes, desempregado de 55 anos, estava dançando trajado em uma homenagem aos Filhos de Gandhi, grupo de afoxé de Salvador (BA). "Eu me divirto e esqueço dos meus problemas. Aproveito e conheço pessoas e faço amizades. A gente se torna família. É muito bom pra cabeça e corpo. Devia continuar no Carnaval, não somente no período anterior. Gostaria que tivesse amanhã, depois e depois. Por mim, não acabava mais", conta. Fabiano é membro do grupo para a faixa etária mais avançada do Corpo de Bombeiros.  

Maria de Fátima Tabosa Ferreira, 72, aposentada, estava a jogar confetes ao ritmo da música. "O que dá saúde para a gente é andar, caminhar e dançar", justifica o motivo de estar no local. Ao falar de sua fantasia com brincos coloridos de papel crepom, diz que o acessório é a beleza da mulher.

A moradora da Messejana Lila (apelido), 78, pensionista, nasceu no Recife (PE), a "terra do frevo", como ela mesmo descreveu seu estado, apresentando o ritmo carnavalesco originário. A foliã mudou-se para o Ceará em 1987 devido ao trabalho de militar do seu falecido marido. A viúva já se considera fortalezense e não consegue escolher um lugar preferido do Município. "Adoro forró e tomar uma geladinha", ri.

Lila, como é conhecida na região, é inscrita há 20 anos no projeto Saúde, Bombeiro e Sociedade. Ainda arranja espaço para o curso de ginástica cerebral realizado na Universidade sem Fronteiras, especializados no ensino e viagens para o público 60+ no bairro Cocó, onde a recifense se recuperou da morte do companheiro. 

"Eu falei para o coronel [George Girão] que isso não tem dinheiro que pague. É uma alegria para nós. Estou numa fase muito feliz da minha vida. Onde curto a minha saúde e tenho uma filha maravilhosa. Moro só e dirijo meu 'carrão'", sorri. A pensionista ficava a repetir que ia embora, mas ao tocar outra música, se convencia a ficar até o fim.

 

Bairro

Segundo a Prefeitura de Fortaleza, 5.035 habitantes com mais de 60 anos de idade residiam no bairro Messejana entre 2021
e 2022

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