Fortaleza registrou a segunda maior média de chuvas dentre todos os municípios do Ceará neste mês de fevereiro, acumulando 349.8 milímetros (mm) de chuva até esta quinta-feira, 27. Dentro do mesmo período a Defesa Civil do Município atendeu 198 ocorrências, entre desabamentos, alagamentos e inundações.
Segundo dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), o acumulado de chuvas da Cidade ficou atrás apenas de Pindoretama, que apresentou 351 mm.
Os números superaram em 110% a média de precipitações do Município para o mês, que vai de 80 mm até 156 mm. Este é o terceiro ano consecutivo em que a cidade ultrapassa o acumulado de 165 mm, considerado normal para o mês.
De acordo com a Funceme, as chuvas vistas esse mês são resultado da aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), principal vetor de chuvas do Ceará, que está mais próxima da costa durante a segunda metade do mês. Além da influência que ela própria tem pela chuva, a ZCIT também tem fortificado efeitos locais como os sistemas de brisa, que geram áreas de instabilidade e proporcionam chuvas no litoral.
“Quando a Zona de Convergência Intertropical está atuando, ela acaba fornecendo mais umidade para esses sistemas de brisa, que acabam ficando mais intensos. Em geral, quando a ZCIT se aproxima, a gente acaba observando eventos de chuvas mais intensos”, explica o meteorologista do órgão, Lucas Fumagalli.
O mês que se passou também obteve a quarta maior média de chuva para fevereiro em Fortaleza desde o ano 2000. À frente dele, ficaram apenas o mês dois dos anos de 2024, com 490 mm, 2011, com 366 mm, e 2019 com 362 mm.
Dentre todos os dias de fevereiro, a maior média de chuvas na cidade foi na última sexta-feira, 21, quando o índice atingiu 65 mm. Na data, a Capital alcançou a sua menor temperatura do ano, após anotar 20.9°C entre a madrugada e o começo da manhã.
Além do frio, a chuva tem evidenciado diversos problemas estruturais ainda existentes na Terra da Luz. Em dias como a quarta-feira, 19, que registrou 98 mm na cidade, pontos de alagamento, trânsito caótico e até casas com risco de desabamento não foram incomuns.
De acordo com a Defesa Civil de Fortaleza, de 1 de janeiro recente até esta quinta-feira, 27, foram registradas 371 ocorrências. "Somente em fevereiro, a DC recebeu 198 chamados: 127 riscos de desabamento, 23 alagamentos, 2 inundações e 18 desabamentos, além de 10 incêndios, entre as tipologias mais frequentes", frisou órgão em nota encaminhada ao O POVO.
Entidade também destacou que "desde o início do ano", juntamente com instituições como a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP) e a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), realiza de forma intensiva "a limpeza manual e mecânica nos recursos hídricos da cidade", com o objetivo de fazer com que "Fortaleza esteja melhor preparada para o escoamento das águas durante a quadra chuvosa".
Segundo DC, já houve a limpeza de "95 canais e cinco lagoas", e outros 16 canais e duas lagoas estão passando pela mesma ação.
"Conforme dados da gestão anterior, 66 áreas de risco são os locais que podem ser mais afetados pelos impactos de chuvas intensas. O monitoramento desses locais é realizado através das câmeras de vídeomonitoramento e também de visitas presenciais realizadas pelos agentes", destaca o órgão.
A Defesa Civil também pontua ações como o Aluguel Social da entidade, que mensalmente atende 176 famílias, o Abrigamento Solidário e a distribuição de materiais assistenciais, como cestas básicas.
Os problemas com as grandes chuvas de fevereiro atingiram também o entorno da Capital, já que as oito cidades com mais precipitações no Estado são da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Pindoretama (RMF): 351 mm
Fortaleza (RMF): 349.8 mm
Maracanaú (RMF): 347 mm
Eusébio (RMF): 336 mm
Pacatuba (RMF): 335 mm
Caucaia (RMF): 313.9 mm
Maranguape (RMF): 303.4 mm
Aquiraz (RMF): 284.8 mm
Guaiúba (Maciço de Baturité): 283 mm
Paracuru (Litoral do Pecém): 273.4 mm
O início do mês de março também deverá ser de chuvas em Fortaleza. A intensidade das precipitações vistas nos últimos dias deve se manter até a segunda semana de março, de acordo com Fumagalli.
Caso se confirme, o cenário atestará o observado ao longo dos últimos anos na Capital, onde historicamente chove mais em março do que em fevereiro. Segundo dados do Calendário de Chuvas da Funceme, a média de precipitações em março foi maior do que a de fevereiro em 23 dos últimos 25 anos.
“Isso acontece em geral todos os anos. Pode haver uma certa diferença, às vezes chover mais em fevereiro, às vezes pode ser em abril? Pode. Mas a média indica que março realmente é o mês que mais chove. O que estamos observando é que até o dia 13 de março as chuvas devem continuar mais fortes no Centro-Norte do Estado, incluindo principalmente o litoral de Fortaleza, que deve acumular valores bem expressivos
Em prognóstico divulgado em janeiro deste ano, a Funceme alertou para a possibilidade de chuvas extremas, como as vistas em Aquiraz na última semana. Sob previsão de provável intensificação de chuvas no mês que se aproxima, Fortaleza e todo o litoral ainda estão sujeitos a precipitações acima dos 100 mm em menos de 24 horas, conforme o meteorologista.
Englobando toda a primeira metade do mês, as chuvas também devem afetar o carnaval cearense. Conforme projeção inicial da Funceme, as chuvas devem sair do litoral e chegar ao interior do Ceará durante os dias de folia, começando já na noite desta quinta, quando são previstas chuvas e trovoadas nas regiões da Ibiapaba, Sertão Central e Inhamuns, Cariri e Jaguaribana.
Na sexta, a expectativa é de chuvas fortes e trovoadas durante a manhã em quase todo o território cearense, com exceção do Cariri e Vale do Jaguaribe. À tarde e noite as precipitações devem continuar acontecendo, mas em menor intensidade.
Já o sábado de carnaval poderá ter chuvas em todas as oito macrorregiões durante a madrugada e manhã, com o sol aparecendo na RMF, Cariri e no sul do Sertão Central e Inhamuns.
O prognóstico do trimestre março-maio, divulgado pela Funceme na tarde desta quinta-feira, prevê nível de chuvas dentro da média. Em resumo, há as chances de que as chuvas fiquem em torno do comum para o período é de 45%, enquanto as de precipitações abaixo do esperado é de 30%, e acima 25%.
Os números são similares aos divulgados em janeiro, quando as chances de chuvas dentro, abaixo e acima da média eram de respectivamente 45%, 35% e 20%. A previsão de concentração das chuvas no Centro-Norte também segue mantida.
De acordo com o órgão, o resultado foi obtido a partir de análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala, como vento, altitude e temperatura da superfície do mar. Também foram considerados dados de modelos estatísticos de diversas instituições de Meteorologia do Brasil, como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe)
Colaborou Gabriela Almeida
Trimestre março-maio deve ser de chuvas dentro da média
As chuvas devem afetar o Carnaval. Conforme projeção inicial da Funceme, as chuvas devem sair do litoral e chegar ao interior nos dias de folia.
Amanhã, 1º, poderá ter chuvas em todas as oito macrorregiões durante a madrugada e manhã, com o sol aparecendo na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), Cariri e no sul do Sertão Central e Inhamuns.
A intensidade das precipitações vistas nos últimos dias deve se manter até a segunda semana de março, de acordo com o metereologista Lucas Fumagalli. Caso se confirme, o cenário atestará o observado ao longo dos últimos anos na Capital, onde historicamente chove mais em março do que em fevereiro. Segundo dados do Calendário de Chuvas da Funceme, a média de precipitações em março foi maior do que a de fevereiro em 23 dos últimos 25 anos.
O prognóstico do trimestre março-maio, divulgado pela Funceme ontem, 27, prevê nível de chuvas dentro da média. Em resumo, há as chances de que as chuvas fiquem em torno do comum para o período é de 45%, enquanto as de precipitações abaixo do esperado é de 30%, e acima 25%.
Os números são similares aos divulgados em janeiro, quando as chances de chuvas dentro, abaixo e acima da média eram de respectivamente 45%, 35% e 20%. A previsão de concentração das chuvas no Centro-Norte segue mantida.
O resultado foi obtido a partir de análise dos campos atmosféricos e oceânicos de grande escala, como vento, altitude e temperatura da superfície do mar. Também foram considerados dados de modelos estatísticos de diversas instituições de Meteorologia do Brasil, como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e o Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (Cptec/Inpe).
Cidades com maior média de chuvas em fevereiro
Pindoretama (RMF):
351 mm
Fortaleza (RMF):
349.8 mm
Maracanaú (RMF):
347 mm
Eusébio (RMF):
336 mm
Pacatuba (RMF):
335 mm
Caucaia (RMF):
313.9 mm
Maranguape (RMF):
303.4 mm
Aquiraz (RMF):
284.8 mm
Guaiúba (Maciço
de Baturité):
283 mm
Paracuru (Litoral do Pecém):
273.4 mm
Fonte: Funceme