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Empresa de internet perde 2 mil clientes devido a ataques de facções em Fortaleza e RMF
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Empresa de internet perde 2 mil clientes devido a ataques de facções em Fortaleza e RMF

Crimes contra provedoras estariam relacionados à cobrança de 'taxas' pelas facções criminosas. Ataques registraram danos à infraestrutura da empresa em algumas regiões da Grande Fortaleza, afetando os serviços prestados aos clientes
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Imagem de apoio ilustrativo. Ataque registraram danos à infraestrutura da empresa afetando os serviços prestados aos clientes (Foto: Divulgação/Brisanet)
Foto: Divulgação/Brisanet Imagem de apoio ilustrativo. Ataque registraram danos à infraestrutura da empresa afetando os serviços prestados aos clientes

A empresa de internet Brisanet perdeu cerca de dois mil clientes, que cancelaram os contratos de serviços com a provedora em Fortaleza e Região Metropolitana (RMF), após série de ataques cometidos por facções criminosas contra a empresa desde o início do ano. Entre os grupos atuantes está, principalmente, o Comando Vermelho (CV).

Os ataques registraram danos à infraestrutura da empresa em algumas regiões da Grande Fortaleza, afetando os serviços prestados aos clientes. A empresa foi alvo de pelo menos três ataques nos três primeiros meses do ano, onde criminosos atearam fogo e alvejaram a pedras veículos de serviço e manutenção e destruíram caixas de comunicação da empresa em postes de energia elétrica.

O caso mais recente contra a empresa foi registrado no dia 11 de março, quando um carro da provedora foi atingido a pedradas no bairro Capuan, em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O veículo, utilizado para serviços de instalação e manutenção de internet, teve danos no para-brisa, retrovisor e farois.

Outro episódio aconteceu no dia 6 de março, quando mais um veículo foi roubado e incendiado por criminosos no bairro Conjunto Metropolitano, em Caucaia. Anteriormente, em 22 de janeiro, outro veículo da empresa Brisanet também foi incendiado, desta vez no bairro Jacarecanga, em Fortaleza. Nenhum colaborador da empresa estava no local durante os ataques.

No último dia 20, uma empresa provedora de internet anunciou o encerramento de suas atividades após sofrer atos de vandalismo em sua sede, localizada no bairro Soledade, em Caucaia. A empresa GPX Telecom informou que, em menos de 20 minutos, o local ficou devastado. “Atos de vandalismo devastaram tudo o que construímos com tanto esforço e comprometimento”, disse.

Em nota enviada ao O POVO, na sexta-feira, 28, a empresa Brisanet informou que segue assegurando “que está trabalhando para resolver a situação o mais breve possível, dentro das condições de segurança para os colaboradores”.

Conforme O POVO mostrou, os casos estariam relacionados à cobrança de ‘taxas’ pelas facções criminosas, que exigem pagamento das empresas para permitir a prestação de serviços em áreas sob domínio da organização criminosa. 

Ataques às provedoras: 40 pessoas presas em menos de um mês

Pelo menos 40 pessoas já foram presas suspeitas de envolvimento nos ataques às provedoras no Estado. As prisões foram realizadas desde o último dia 12 de março, quando a operação "Strike", da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), teve início. Até o momento, foram deflagradas três fases da operação.

Entre os casos investigados, estão os ataques às provedores do municípios de Caridade, a 98,82 quilômetros de Fortaleza. A região chegou a ficar totalmente sem comunicação em pelo menos dois episódios criminosos durante o mês. 

Durante as fases da operação, foram presos um financiador e oito executores dos ataques as empresas na cidade. As investigações revelaram ainda que as ordens para as ações na região vinham do Rio de Janeiro. Além dos ataques físicos, foram identificadas ainda ameaças às empresas, reforçando a ligação com o Rio.

O balanço das prisões foi divulgado durante coletiva de imprensa da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) na quinta-feira, 27, no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), em Fortaleza.

As ações fazem parte de um grupo especial das forças de segurança anunciado pelo governador Elmano de Freitas (PT), no dia 8 de março, com objetivo de investigar as ações contra provedoras.

 

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