Há pelo menos três meses, as cancelas do trem cargueiro nos cruzamentos das ruas Júlio Verne e Germano Franck, sob o VLT da Parangaba, em Fortaleza, estão quebradas. O trecho, que recebe intenso fluxo de veículos diariamente, tem causado preocupação para quem trafega pelo local.
O problema não é recente, e os motoristas e moradores da região lidam com a situação todos os dias. O comerciante Emanoel Eduardo, que possui um estabelecimento na região há cinco anos, afirma que a situação das cancelas sempre foi a mesma.
"Eles (a empresa responsável) vêm, conserta em um dia, e no outro já está do mesmo jeito. Às vezes, o trem precisa buzinar para que os carros parem", relata.
O trecho conta com quatro cancelas, sendo duas grandes e duas menores. Inicialmente, apenas as maiores existiam, mas, devido às falhas frequentes, foram desativadas e substituídas pelas menores.
No entanto, as estruturas antigas continuam no local, enferrujadas e sem utilidade. O eletricista Zairton Daniel, morador da região, afirma que o problema se repete nas cancelas da outra esquina, onde a rua Germano Franck se conecta à rua Canarena, a poucos metros dali.
"O trem começa a apitar já na outra esquina para alertar os motoristas, mas muitos ignoram o aviso e atravessam mesmo assim", explica. Apesar do fluxo intenso de veículos, acidentes na área são raros.
O mototaxista José Magela também comentou sobre a situação e relatou outro problema: o roubo das barras de alumínio das cancelas. "Antes, elas eram de alumínio e viviam sendo roubadas. Agora, colocaram de plástico", conta.
A empresa responsável pela operação dos trilhos é a Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), em operação desde 1997. Em nota, a empresa informou que o sistema de sinalização das ferrovias na região da Parangaba enfrenta instabilidades, afetando o funcionamento das cancelas.
A empresa também afirmou que, além dessas falhas, furtos de cabos foram registrados no local, o que agrava o problema. "Por medida de segurança, a velocidade dos trens é reduzida e há um aumento na frequência dos sinais sonoros (buzina) e luminosos (faróis)", destacou a FTL.
No entanto, a empresa não informou um prazo para o conserto das cancelas nem se posicionou sobre a permanência das estruturas maiores, que seguem desativadas e deterioradas no local.