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Dono de rádio na região Jaguaribana é executado em Fortaleza
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Dono de rádio na região Jaguaribana é executado em Fortaleza

"Era um exemplo de pai, um cristão evangélico que servia as pessoas, caridoso. Ele não sabia, mas estavam marcadas três comemorações de aniversário em Fortaleza para ele"
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 VINÍCIUS Cunha Batista era proprietário da Rádio Uirapuru Jaguaribana (Foto: Reprodução/Instagram)
Foto: Reprodução/Instagram VINÍCIUS Cunha Batista era proprietário da Rádio Uirapuru Jaguaribana

Dono de um grupo empresarial com atuação em todo o Ceará, Vinícius Cunha Batista, de 47 anos, foi vítima de um crime de execução em Fortaleza, durante a manhã desta quarta-feira, 30. Vinicius era o sócio-diretor do grupo de comunicação Uirapuru, que é sistema de comunicação da região Jaguaribana, diretor regional da Associação Cearense das Emissoras de Rádio e Televisão (Acert),  empresário do ramo de iluminação pública e CEO de empresas em Limoeiro do Norte. 

Conforme apuração do O POVO, com fonte policial, a vítima era monitorada por uma dupla em uma motocicleta, que estava com o veículo parado em uma praça nas proximidades da padaria onde o empresário foi morto. 

Vinicius teria marcado uma reunião de trabalho, mas não encontrou a pessoa no local. Ele seguiu para o próprio veículo, abriu a porta da caminhonete, e foi abordado por dois homens em uma motocicleta, que estavam em frente ao estabelecimento.

Os homens teriam se aproximado fingindo pedir uma informação e efetuaram um primeiro tiro. Depois que a vítima caiu no chão os criminosos seguiram atirando e fugiram em seguida.

As características apontam para um crime encomendado. O aparelho celular e a chave do automóvel do empresário estavam no local. 

Vinicius era proprietário do Grupo Reluz, que tem a empresa Provale Energia, do setor de iluminação pública em municípios cearenses e em outros estados. Há pelo menos cinco anos, adquiriu a rádio Uirapuru.

Além de ser uma pessoa conhecida pela prosperidade nos negócios, era casado há 25 anos, pai de duas filhas, congregava na Igreja Evangélica Gilead. O gestor ampliou a comunicação de rádio com a implantação de estúdios em Morada Nova e Limoeiro do Norte. 

Na manhã da quarta-feira, o empresário participaria de reuniões na capital cearense, em meio a data comemorativa de aniversário. Conforme fonte próxima da vítima, pelo menos três comemorações eram organizadas para festejar o aniversário do gestor.  Horas antes do crime, amigos utilizavam as redes sociais no intuito de parabenizar o CEO, que completava 47 anos. Na região do Vale do Jaguaribe também eram organizados festejos. 

Conforme fonte policial, a vítima costumava ir até a padaria e possuía um imóvel nas proximidades. Após o crime, a companheira chegou ao local, visivelmente abalada. 

Fonte próxima da vítima descreve ao O POVO que o empresário não possuía inimizades e, por isso, transitava sem seguranças ou qualquer tipo de aparato para se proteger de uma possível execução. Também afirma que ele não relatou ter sofrido ameaças.  

Uma das características de Vinícius seria a caridade, a iniciativa de ajudar instituições. Era visto como um homem integro, que apresentava seu trabalho e não aceitava qualquer tipo de parceria que ferisse a moral e a ética. Para a fonte, essa questão pode ser um dos indicativos para a morte do empresário, no entanto, o caso está sob investigação e não é possível confirmar a motivação. 

"Era um exemplo de pai, um cristão evangélico que servia as pessoas, caridoso. Ele não sabia, mas estavam marcadas três comemorações em Fortaleza e cinco na região. Ele ajuda a instituições, casas de idosos, era filho, amigo e empresário, a forma como tratava os mais de 100 colaboradores, era como um paizão para todos. Ele estava sozinho saindo de uma reunião para outra quando foi à uma padaria", explica fonte próxima à vítima. 

"Ele nunca andou com segurança, não tinha consciência de alguém fosse fazer algo contra ele. Recebemos centenas de ligações de pessoas querendo saber sobre o velório, ele era amigo de muitos empresários, tinha muito contato com políticos, ele era desprovido de questão material, financeira. A rádio tinha um slogan que era "Sem imoralidade, sem baixaria e sem violência. Não aceitava música difamatória e um jornalismo sério, que não ataca", destaca.

Vítima atuava na direção regional da Associação Cearense das Emissoras de Rádio e Televisão 

A Associação Cearense das Emissoras de Rádio e Televisão (Acert) divulgou uma nota de pesar sobre o falecimento do empresário. Vinícius era diretor regional da Acert e reconhecido pela atuação no setor de radiodifusão. Ele era natural de Ibicuitinga e residia em Limoeiro do Norte. 

Conforme a Acert, o empresário teve uma  trajetória marcada pelo compromisso com a comunicação responsável, pela conduta ética e pelo respeito nas relações com colegas, parceiros e a comunidade. 

"A Acert presta a sua mais sincera solidariedade, desejando que encontrem, neste momento de dor, a força, a união e o amparo necessários para enfrentar a perda", divulgou a nota. 

De acordo com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o caso foi registrado como homicídio doloso. Pasta informou ainda que equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE), da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) foram acionadas e realizaram diligências no local.

Em nota publicada no Instagram, o Sistema Uirapuru de Comunicação informou que a rádio Uirapuru Jaguaribana ficará fora do ar "por tempo indeterminado". Vinícius era superintendente da empresa. "Agradecemos pela compreensão de todos os ouvintes e parceiros. Em breve comunicaremos a data de retorno da nossa programação", afirma.

A rádio ainda utilizou as redes sociais para negar boatos de que a esposa do empresário testemunhou o crime e que teria identificado criminosos. 

"Diante de algumas matérias veiculadas, a assessoria jurídica de Alessandra Batista, viúva do empresário Vinícius Batista, brutalmente assassinado, esclarece que não houve qualquer declaração pública por parte de Alessandra, tampouco ela possui conhecimento sobre a motivação do crime", informa a nota. 

De acordo com a assessoria jurídica da família, as investigações estão sob responsabilidade das autoridades competentes. "Neste momento de profunda dor, Alessandra e suas filhas pedem respeito ao luto e ao silêncio necessário diante da perda irreparável", divulgou. 

(Colaborou Mirla Nobre)

 


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