Rosirene Soares, vendedora há mais de 30 anos, relata práticas preocupantes. "Tem pais que trazem as meninas, mocinhas, e as deixam soltas por aqui, pedindo esmola." "Se nós, que somos adultas, de vez em quando acabamos ouvindo coisas horríveis de certos homens aqui. Agora imagine uma criança, que não tem orientação nenhuma. Aqui é muito grande. A chance de algo ruim acontecer é imensa", diz.
A "Semana Maio Laranja" inclui mobilização voltada à conscientização dos caminhoneiros que transportam cargas sobre os perigos desse tipo de crime. O caminhoneiro Raimundo Paz da Costa, que transporta produtos para o entreposto de Maracanaú há mais de 35 anos, relata que também nota a situação delicada.
"Prostituição aqui dentro não existe, pelo menos eu nunca vi. O que a gente vê muito são crianças pedindo esmolas, principalmente na área de entrada dos carros. Isso deixa essas crianças numa situação de risco. Pode até começar com pedido de dinheiro, mas a gente sabe que muitas vezes acaba na prostituição, especialmente entre adolescentes", relata.