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Nordestinos podem ser mais resistentes a doenças
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Nordestinos podem ser mais resistentes a doenças

Impactos na saúde. Genoma
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A pesquisa também revelou variações genéticas com impacto direto na saúde. Das mais de 78 milhões de variações encontradas na população brasileira, mais de 36 mil podem estar associadas a doenças.

A pesquisa identificou 450 genes ligados a doenças cardíacas e obesidade, e 815 genes associados a doenças infecciosas, como malária, hepatite, gripe, tuberculose, salmonelose e leishmaniose.

No Nordeste, embora não tenham sido identificadas doenças específicas com alta incidência, foram encontrados genes relacionados à resposta imune. Ou seja, à atuação do sistema imunológico na defesa do organismo.

"Isso está associado à ancestralidade africana. Por exemplo, identificamos genes que sugerem uma adaptação a doenças como HIV, tuberculose, malária e algumas doenças autoimunes", destaca Renan Lemes, pesquisador da USP.

O estudo também mostra que entender o genoma da população brasileira é essencial para o avanço da medicina de precisão, que usa o perfil genético para oferecer diagnósticos e tratamentos mais eficazes.

"Se sabemos que uma pessoa [ou determinada região] tem uma mutação que aumenta a propensão ao câncer de mama, podemos iniciar exames preventivos mais cedo. Já quem não tem essa mutação pode realizar os exames em intervalos maiores. Isso traz benefícios para o paciente e economia para o sistema público, que pode direcionar melhor os recursos", destaca Renan Lemes.

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