O POVO esteve no Hospital da Criança de Fortaleza na tarde do último dia 20 e na manhã do dia 21. Nas ocasiões, foi observada lotação na recepção da unidade e reclamações dos pacientes sobre a falta de atendimentos. Devido à alta demanda, o local tem tratado apenas casos mais graves, ou seja, de crianças com dificuldade para respiração ou outros indícios de agravamento. Sintomas mais leves, como tosse e constipações, comuns a resfriados simples, são encaminhados a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima.
"Aí só está atendendo os casos muito graves. Crianças com problemas de respiração, baixa saturação… Estão pegando as crianças com pulseira verde e mandando para um outro local. Perguntei à moça da portaria onde era e ela disse que é um posto de saúde perto da pracinha do João XXIII", relata Ionete Souza, 50, que buscava atendimento para o neto Emanuel, 4.
Essa foi a orientação dada também a Renata Rodrigues, 33. Os pacientes alegam que os postos da cidade também estariam lotados. "No caso de gripe, tem que procurar posto de saúde. E posto de saúde também está superlotado, não tem atendimento", afirma a atendente.
A população reclama também da demora para atendimento. Com casos de pessoas que passaram até quatro horas para serem encaminhadas ao médico, o local acumulou filas que se estendiam até o lado de fora da recepção. "Chegamos 6h e pouco. Fui atendida às 9h30min para passar pro acolhimento e esperei para passar para a sala da médica. Mais de quatro horas para ser atendida", conta a dona de casa, que foi com o filho, Lailson.
Em nota, a SMS pontuou que os locais de atendimento são estabelecidos conforme a gravidade dos casos. A pasta também disse, que devido a alta de casos em crianças, tem aberto postos de saúde aos fins de semana para acolhimento pediátrico. A pasta diz que "fortalece a integração" entre as unidades para direcionar os pacientes para os serviços adequados.