Após operação que indicou localização de chefes do Comando Vermelho (CV) no Rio de Janeiro, o Grupo de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE) com apoio da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), deflagrou nova ação ostensiva para cumprir sete mandados de prisão e sete de busca e apreensão.
Ao todo, cinco pessoas foram presas na manhã de ontem, 3, sendo que três já estavam reclusas no sistema prisional do Estado. Outras duas foram presas em Fortaleza, sendo uma mulher, e um homem no município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
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A investigação começou a partir da apreensão de dois aparelhos celulares que estavam sendo utilizados de forma ilegal dentro da Unidade Prisional Elias Alves da Silva (UP-4), em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). A cela onde foram encontrados os aparelhos era ocupada por detentos que integravam o CV.
Também foram identificados que quatro mulheres atuavam como operadoras financeiras da organização e os demais suspeitos eram responsáveis por fazer a movimentação da droga. A operação revelou um esquema criminoso de comercialização de droga de dentro do sistema prisional para fora no Conjunto Ceará, em Fortaleza.
Conforme o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), Adriano Saraiva, foi descoberto que dois presos usavam os telefones para comandar pontos de venda de drogas no Conjunto Ceará, a partir de ordens que vinham de traficantes no Rio de Janeiro, na Rocinha.
"A gente verificou nas várias mensagens de WhatsApp, né, que quando havia determinada crise aqui, eles se reportavam, eles levavam isso para a cúpula da facção criminosa, que certamente são essas lideranças que estão no Rio de Janeiro", explica coordenador do Gaeco.
As investigações também revelaram que tanto as lideranças do presídio como as operadoras financeiras se reportavam a cúpula da facção na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro. "Elas recebiam o dinheiro da comercialização dessa droga e repassava para pra cúpula da facção", disse Adriano.
A comunidade da Rocinha foi alvo de uma operação integrada com as forças de Segurança do Ceará e do Rio no último sábado, 31, que buscou prender 29 lideres cearenses do CV no local. As ações resultaram na prisão de apenas um homem e na apreensão de armas e 204 quilos de drogas, entre maconha e cocaína.
A localização dos líderes cearenses da facção criminosa Comando Vermelho (CV), na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, foi revelada por meio de uma delação premiada feita no fim do ano passado por um integrante da organização ao Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE).
A delação do membro aconteceu após sua prisão no município de Santa Quitéria, a 223,46 quilômetros de Fortaleza, durante as eleições municipais do ano passado. Ao todo, o integrante revelou a localização de 30 lideranças do CV na Rocinha, em uma região identificada como ‘Dionéia’, localizada na parte superior da comunidade.
As informações foram obtidas pelo O POVO durante entrevista com o subprocurador-geral de Justiça Jurídico do MPCE, Plácido Rios, nessa segunda-feira, 2. O representante do órgão informou que a contribuição foi fornecida em razão de um ‘inconformismo’ do membro com a facção. “Esperava receber da organização que não teria recebido", disse.