De acordo com o teólogo Victor Breno, o aumento do número de evangélicos pode ter influência não somente da participação dos pais nas escolhas religiosas dos filhos, mas também a partir da necessidade que os jovens sentem de encontrar um culto que se adapte melhor às suas necessidades.
"Esses novos jovens, adolescentes, tendem a escolher uma religião que seja mais aceita às demandas e às necessidades da sua geração. E aí as igrejas evangélicas têm tido uma capacidade maior de adaptação, contextualização e de se modernizar", explica o profissional.
No entanto, Bruno acredita que a religião católica deve continuar forte mesmo com a ascensão da evangélica. "Em um estado como o nosso, o catolicismo ainda tem influências muito profundas no modo como a nossa sociedade se organiza, na questão turística, política, comercial (...) Apesar desse declínio em comparação com outros estados, o catolicismo ainda vai ter bastante força e proeminência", diz.
De acordo com o padre Bruno Moreira, professor de Teologia Pastoral da Faculdade Católica de Fortaleza (FCF), o aumento do número de evangélicos pode não ter influência de uma "migração católica", mas sim de fatores que têm feito as pessoas darem uma abertura maior para "a dimensão religiosa e espiritual".
"Muitas pessoas, diante de tantas situações da vida, de doenças, de tanta violência, têm buscado, sim, mais a religião (...) Então, esse número também de evangélicos aumentando não significa dizer que são evangélicos vindos do catolicismo", pontua o religioso.
Moreira, no entanto, frisa que o catolicismo não está "competindo" por fiéis. "A nossa preocupação não é se nós temos uma grande multidão, mas é que é aqueles que se dizem católicos de fato vivam e pratiquem a sua fé (...) Eu acho que a igreja evangélica tem os seus meios de propagação do evangelho, a sua forma também de conversar com as pessoas, os apelos que são próprios de cada religião e o catolicismo não faz uma competição. Nós não competimos com os cristãos evangélicos", diz.