O historiador e presidente do Instituto Municipal de Desenvolvimento de Recursos Humanos (Imparh), Evaldo Lima, explicou ao O POVO que Sampaio atuou em campanhas militares como "executor da política de pacificação". "Que, não raramente, significava a aniquilação de movimentos sociais marcados por profundas desigualdades. A paz que ajudou a impor foi, muitas vezes, a paz dos cemitérios. Mas é justamente aí que reside a complexidade histórica de sua figura: Sampaio era um oficial disciplinado, fiel à missão que lhe era conferida pelo Estado, e não um formulador das políticas que reprimia."
Conquistando a patente de Brigadeiro, em 1860, Sampaio participou da Guerra do Uruguai (1864 - 65) e, logo em seguida, da Guerra do Paraguai (1864 - 1870). "À frente da 3ª Divisão de Infantaria, que viria a ser conhecida como a Divisão Encouraçada, comandou com bravura as tropas brasileiras na Batalha de Tuiuti, em 24 de maio de 1866 — considerada como a mais sangrenta batalha campal da América do Sul", diz.
"Ali, foi gravemente ferido por três estilhaços de granada, mas teve forças para orientar a tropa e pedir notícias de seus homens, antes de sucumbir aos ferimentos dias depois, em 6 de julho, a bordo do navio-hospital Eponina", detalha.
A morte foi lamentada pelo imperador Dom Pedro II, e seu nome foi inscrito entre os grandes da história nacional. A consagração memorial viria 74 anos depois, quando foi proclamando Patrono da Arma de Infantaria do Exército Brasileiro pelo presidente Getúlio Vargas.
General Sampaio teve seu nome incluído no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria. O livro, de 1992, reúne acervo de protagonistas da liberdade e da democracia, que dedicaram a vida ao país. A publicação se encontra no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília, e a inscrição de uma nova personalidade no livro depende de lei aprovada no Congresso. Em 2009, foi aprovado o Projeto de Lei (PL) 11.932, que instituiu o nome de Sampaio.