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"A liberdade é uma marca muito forte" da Geração Z, avalia especialista
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"A liberdade é uma marca muito forte" da Geração Z, avalia especialista

Análise. Relacionamentos
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Tipo Notícia

Uma pesquisa realizada pela Ipsos, divulgada em fevereiro deste ano, revelou que 58% dos entrevistados da Geração Z afirmaram estar satisfeitos com a sua vida romântica e sexual. Destes, 75% se expressaram como satisfeitos ao serem questionados sobre se sentirem amados.

Especialista em relacionamentos, Patrícia Marinho destaca que cultura, meio ambiente, genética e dinâmica familiar são fatores que moldam as formas como nos relacionamos. "A liberdade é uma marca muito forte (...) Essa nova geração viu o desgaste dos pais, muitos crescidos em lares marcados por ausência emocional e sobrecarga materna. A maioria foi criada por mulheres, já que, diante de dificuldades, é comum o homem se afastar da relação. Isso tudo deixa marcas profundas na forma como se vê e se vive o amor", ressalta.

Professor titular do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Ceará (UFC), João Ilo Barbosa destaca que a pandemia acelerou o processo de digitalização de algumas atividades sociais, entre elas a construção de relacionamentos românticos, especialmente na Geração Z, que já cresceu muito envolvida no ambiente virtual.

Ele também ressalta o valor que a Geração Z atribuiu ao respeito à liberdade individual na hora de se envolver romanticamente. "Nada que vá contra essa liberdade individual é tão valorizada. Não há aquela preocupação de: 'eu preciso me comprometer com uma pessoa, de ser fiel a ela, de manter uma vida juntas e, para isso, eu tenho que negar algumas coisas para mim mesmo em prol do outro'".

João Ilo reforça a importância de aprimorar o diálogo para assegurar acordo e o respeito à saúde emocional dos envolvidos. "Você precisa expressar claramente o que você pensa, o que você sente. É o que a gente chama de assertividade. A capacidade de dialogar, a capacidade de lidar com diferenças e a questão da tolerância com o outro. Tem a questão também de você, digamos, relativizar os seus direitos e a sua liberdade com o do outro", diz.

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