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Ceará tem a 4ª maior taxa de analfabetismo do Brasil, revela IBGE
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Ceará tem a 4ª maior taxa de analfabetismo do Brasil, revela IBGE

Cerca de 867 mil cearenses foram considerados analfabetos no levantamento. Dado é referente à população acima dos 15 anos de idade
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Mais de 860 mil cearenses são analfabetos, conforme o IBGE (Foto: Markus Spiske na Unsplash)
Foto: Markus Spiske na Unsplash Mais de 860 mil cearenses são analfabetos, conforme o IBGE

O Ceará tem a quarta maior taxa de analfabetismo do Brasil, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua 2024, divulgados nesta sexta-feira, 13. Ao todo, 11,7% da população acima dos 15 anos de idade no Estado não sabe ler e escrever um bilhete simples, critério adotado pela pesquisa para ser ou não analfabeto.

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Cerca de 867 mil cearenses foram considerados analfabetos no levantamento, dos quais a maioria é de homens (479 mil). O número representa 55% do público total e está 5% acima da média nacional.

Mesmo figurando entre as principais do País, a taxa caiu 2,6% no Ceará se comparado com o primeiro ano do recorte temporal da pesquisa, que vai de 2016 a 2024.

Todas as faixas etárias acima dos 15 anos tiveram redução do número de analfabetos, com destaque para o público 60+, que apesar de ter apresentado a maior redução (6,7%), manteve o maior percentual do Estado, com cerca de 31% dos idosos sem saber ler e escrever.

Percentual de analfabetos por faixa etária

O cenário é parecido em todos os outros estados do Nordeste, que assim como o Ceará, também diminuíram o número de analfabetos. Entretanto, a região ainda tem o protagonismo negativo no País, ocupando as nove primeiras posições do ranking.

Em termos gerais, o analfabetismo no Ceará é menor entre os mais jovens e cresce à medida que a idade avança.

Dez estados com as maiores taxas de analfabetismo no Brasil

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizador da pesquisa, esse cenário é reflexo das medidas de educação implementadas ao longo dos anos, tornando a escola mais acessível para crianças e adolescentes.

Apesar da queda nos índices de analfabetismo, o tempo que um cearense passa na escola segue o mesmo de 2016, 9,2 anos. O destaque nesse quesito fica por conta da diferença entre as raças, com pessoas brancas estudando 1,3 anos a mais que negros (10,2 e 8,9 anos, respectivamente).

O levantamento também analisou o nível de instrução da população acima dos 25 anos no Estado, e evidenciou a dificuldade de se concluir mesmo os anos iniciais de ensino no Ceará. Ao todo, 1,76 milhão de pessoas não terminaram o ensino fundamental na Terra da Luz e são o maior grupo entre os entrevistados.

Por outro lado, os que concluíram o ensino médio vêm logo em seguida no topo da lista, com 1,74 milhão de cearenses que completaram o ensino básico.

Por fim, outros um milhão de cearenses entraram em alguma graduação, dentre os quais 844 mil conseguiram o diploma e 210 mil pararam no meio do caminho.

Pnad Contínua: 27% dos cearenses estão na escola

Dos mais de nove milhões de habitantes do Ceará, 27,1% estão em algum nível escolar, exatamente o mesmo dado da média nacional. Os cearenses mais presentes em instituições de ensino são os que têm de quatro a 17 anos, com pelo menos 95% de anuência escolar.

O Estado tem a menor taxa de jovens de seis a 14 anos no ensino fundamental do Nordeste, 93,3%. Por outro lado, é líder disparado no percentual de estudantes de 15 a 17 anos matriculados no ensino médio (81,1%), estando quase dez pontos percentuais à frente do segundo colocado, Pernambuco (71,8).

Os altos níveis de escolarização têm aproximado o Nordeste da meta estabelecida pelo Plano Nacional de Educação (PNE), que almeja todas as crianças em idade escolar devidamente matriculadas. Em 2024, 99,5% dos pequenos frequentavam unidades de ensino nordestinas.

A grande defasagem, entretanto, ainda é nas vagas para os anos da pré-escola. Conforme o IBGE, mais de dois milhões dos bebês de dois a três anos de idade no Nordeste não frequentam nenhuma instituição de ensino, dos quais 805 mil (42%) ou não conseguiram vagas, ou não possuem creches próximas ao local onde moram.

A taxa é a segunda maior do País, atrás somente da região Norte, onde 46,8% dos afastados da escola, estão fora por falta de vagas. Em todo o Brasil, a média é de 39%, com os menores índices nas regiões Sul (34,1%) e Sudeste (33,6%).

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