Após cerca de um ano sem intervenções, a Lagoa da Parangaba, em Fortaleza, voltou a receber ações de limpeza mecânica e manual. Os trabalhos foram iniciados no começo de março e devem seguir até julho, com foco na remoção de lixo, dejetos, materiais recicláveis e aguapés — plantas aquáticas que podem obstruir a passagem da água e causar alagamentos.
A ação integra a programação do mutirão de limpeza de recursos hídricos, iniciado em 6 de janeiro, que contempla outras 18 lagoas da Capital. Além da Parangaba, também estão sendo beneficiadas lagoas como a da Maraponga, Opaia, Parque Rachel de Queiroz, Porangabussu, Urubu e o Açude Montenegro.
Em março deste ano, O POVO noticiou as queixas de moradores sobre a ausência de manutenção regular na Lagoa da Parangaba. O acúmulo de aguapés e lixo deixava evidente o abandono. Para quem acessava o local pelas avenidas Carneiro de Mendonça ou América Barreira, o cenário mais lembrava um “tapete verde”.
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Morador e comerciante há mais de 30 anos na região, Jonas Monteiro, 52, dono de uma loja de autopeças de marca e costura em frente à lagoa, conta que os impactos da sujeira afetam diretamente sua rotina e seu comércio. “Os principais problemas são o excesso de lixo, animais mortos e o esgoto, que aumentam a proliferação de muriçocas”, relata.
Segundo a Defesa Civil de Fortaleza, até o momento já foram limpos 143 canais na Capital, e outros três seguem em andamento. A operação envolve uma força-tarefa entre a Defesa Civil, a Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos (SCSP), a Autarquia de Urbanismo e Paisagismo de Fortaleza (UrbFor) e as Secretarias Regionais.
Em entrevista ao O POVO, o coordenador da Defesa Civil, tenente-coronel Haroldo Gondim, explicou que os trabalhos na Lagoa da Parangaba têm ocorrido de forma mais intensiva. “Estamos alcançando áreas que antes não eram limpas. Este trabalho é contínuo e demanda tempo, variando para cada lagoa. Desde janeiro, o foco principal estava nos canais prioritários e, uma vez resolvidos, as equipes avançaram para as lagoas”, afirmou.
No início do ano, a operação contava com cerca de 300 a 350 profissionais, distribuídos em 18 equipes de aproximadamente 15 pessoas cada, além de maquinário pesado como escavadeiras. Segundo o coordenador Haroldo Gondim, esse número foi reduzido para 12 a 14 equipes, devido ao remanejamento de parte dos trabalhadores para outras frentes de limpeza urbana.
“O trabalho permanece, mesmo com o efetivo reduzido, com foco na manutenção”, afirmou.
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De acordo com o Canal Urbanismo e Meio Ambiente da Prefeitura de Fortaleza, a Lagoa da Parangaba é a maior lagoa em volume de água da cidade, com um espelho d’água estimado em 470 mil metros quadrados.
O coordenador também reforçou a importância da participação da população: “Para qualquer tipo de problema relacionado a lagoas ou canais, a comunidade deve procurar as Regionais de seus bairros. São elas que avaliam a situação e encaminham a demanda à pasta responsável, seja Infraestrutura, Conservação ou Defesa Civil”.