O Ceará tem 296.626 inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2025, de acordo com dados parciais do Ministério da Educação (MEC). O número supera o registro de participantes das últimas quatro edições.
Em comparação com 2024, que teve 241.978 inscritos no Estado, a quantidade de 2025 teve aumento de 18%. O Ceará é a sétima unidade da federação com maior número de candidatos e a segunda do Nordeste, sendo superada apenas por Pernambuco, com 298 mil cadastros.
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De acordo com a Secretaria da Educação do Estado (Seduc), dados preliminares mostram que a prova de 2025 já conta com mais de 100 mil inscritos da rede pública estadual de ensino. Em 2024, foram 97.420, o que representou 99% dos alunos concluintes do ensino médio na rede.
No geral, os inscritos na prova aumentaram cerca de 23%, passando de 4,3 milhões para 5,5 milhões de participantes em todo o País. Esse é o mais elevado desde 2020, quando o total chegou a 5,7 milhões e houve a primeira aplicação do Enem Digital - modalidade encerrada em 2023.
Com a pandemia, houve uma baixa no número de inscritos. A quantidade de participantes só foi retomar o crescimento em 2023. O Ceará, assim como o Brasil, ainda não voltou ao total pré-pandêmico. Em 2020, eram 325.706 candidatos no Estado.
Os dados de 2025 ainda são parciais e podem mudar, já que o prazo para pagar a inscrição no exame vai até dia 27 de junho. Pelo menos 28% dos inscritos do Ceará são pagantes, representando 83.980 candidatos.
O Enem se tornou a principal forma de ingresso nas universidades públicas do País em 2009. Desde então, o ano com maior quantidade de inscritos foi 2014, quando com 9.490.952 inscrições realizadas e 8.722.290 candidatos confirmados.
O incentivo de R$ 200 ofertado pelo programa Pé-de-Meia aos alunos concluintes do ensino médio pela participação no exame e a inscrição pré-preenchida no sistema do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) são formas de impulsionar a adesão.
Para o especialista em avaliação educacional e políticas públicas, Wagner Bandeira Andriola, o desinteresse tem mais a ver com o modelo “engessado” do ensino superior público do que com a prova.
“Os cursos presenciais já não têm aquele estímulo para a juventude. Parece que a nova geração prefere cursos semipresenciais, remotos, a educação d distância, do que estar em uma sala de aula. Não quero desprestigiá-los, mas é uma formação menos qualificada que a formação de cursos presenciais. É esse o fenômeno que está impactando a educação superior no Brasil”, diz.
Jovens que precisam trabalhar e estudar optam por formações mais flexíveis, que atendam às demandas de horários alternativos. O professor acredita que o modelo tradicional “mostra sinais de debilidade”.
A prova única para acesso ao ensino superior, para ele, democratizou o acesso e continua válida. A queda no número de inscritos pós-pandemia, no entanto, fortalece a hipótese de autores e estudiosos de que o “o modelo de educação presencial precisa de ajustes”.