O carro conduzido pelo empresário Rafael Elisiário Ferreira, que atropelou e matou o jovem Kauã Oliveira Guedes, de 18 anos, na última quinta-feira, 19, no bairro Meireles, em Fortaleza, possui 24 multas de trânsito registradas em um período de um ano. Desse total, 16 infrações foram por excesso de velocidade.
O POVO apurou que as multas totalizam quase R$ 4 mil e seguem em aberto no Departamento Estadual de Trânsito do Ceará (Detran/CE). Elas foram registradas entre abril do ano passado e maio deste ano. Além das infrações por excesso de velocidade, constam autuações por estacionar em local ou horário proibido e parar sobre a faixa de pedestres e estacionar sobre a calçada.
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Em quase um mês, o veículo registrou nove infrações por excesso de velocidade e, em apenas um dia, chegou a ter três multas dessa categoria. Em consulta aos dados no portal do Detran, foi verificado que o carro acumula, pelo menos, 62 pontos, ultrapassando o limite de 40 pontos estipulado pelo órgão de trânsito.
Foi identificado que a caminhonete de modelo Ford Ranger vermelha está registrado no nome de uma proprietária de 70 anos de idade. O POVO, no entanto, opta por não divulgar o nome dela.
A colisão que matou Kauã foi registrada por uma câmera de segurança. Nas imagens, é possível ver o momento em que o empresário avança uma via preferencial em alta velocidade no veículo e colide com a motocicleta que transportava Kauã e Igor Lima, de 23 anos.
O acidente aconteceu no cruzamento da rua República do Líbano com a avenida Osvaldo Cruz, no bairro Meireles, em Fortaleza. As vítimas chegaram a ser socorridas, mas o jovem de 18 anos não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. Igor segue internado, mas ainda não há informações sobre o estado de saúde dele.
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No carro conduzido pelo empresário, que também apresentou sinais de embriaguez, foram encontrados papelotes de cocaína, duas garrafas de cerveja, uma cartela com 20 comprimidos de Alprazolam e uma cartela de Atentah. O suspeito ficou preso por algumas horas, mas foi solto após pagamento de fiança durante audiência de custódia.
Durante o procedimento, o juízo entendeu que, diante dos “bons antecedentes”, como ausência de antecedentes criminais e a inexistência de outros procedimentos criminais em desfavor do empresário, foi concedida liberdade. Além disso, foi considerado que ele não é uma “ameaça à sociedade”.
Ao O POVO, a defesa do empresário, representada pelo advogado João Victor Duarte, disse que "manifesta profundo pesar pela fatalidade, especialmente pela irreparável perda de um dos ocupantes da motocicleta".
Além disso, destacou solidariedade e os votos de plena recuperação ao segundo ocupante da motocicleta. A defesa afirmou que o empresário se mantém à disposição da Justiça. Sobre a decisão de soltura, afirma que “foi pautada na legalidade”. A defesa não comentou sobre as multas do veículo.
Com informações do repórter Cláudio Ribeiro