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Ceará firma aliança para atingir meta de 90% da cobertura vacinal contra o HPV até 2026
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Ceará firma aliança para atingir meta de 90% da cobertura vacinal contra o HPV até 2026

A cobertura vacinal contra o HPV no Ceará é de 72,5%. O Estado integra a Aliança pela Vacinação para atingir 90% até 2026
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UNICEF, Governos do CE e do RN lançaram Aliança pela Vacinação contra o HPV (Foto: Daniel Galber/ Especial para O Povo)
Foto: Daniel Galber/ Especial para O Povo UNICEF, Governos do CE e do RN lançaram Aliança pela Vacinação contra o HPV

Atualmente, a cobertura vacinal contra o HPV (Papilomavírus Humano) entre adolescentes de 9 a 14 anos no Ceará é de 72,5%, segundo dados do Observatório da Saúde da Mulher, do Grupo Mulheres do Brasil, com base em informações do Ministério da Saúde. O imunizante é a principal prevenção contra o câncer de colo de útero.

Para ampliar sua cobertura vacinal, o Ceará foi um dos estados que firmou a Aliança pela Vacinação contra o HPV, lançada ontem, 27, no Auditório do RioMar Kennedy Shopping. O projeto piloto, que também engloba o Rio Grande do Norte, busca vacinar 90% dos adolescentes de suas respectivas regiões contra o HPV até 2026.

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Esse percentual também é a meta estabelecida pelo Governo Federal, que pretende alcançá-lo até 2030, garantindo que 90% das meninas estejam vacinadas contra o HPV até os 15 anos de idade, como parte da estratégia nacional para eliminar o câncer do colo do útero.

A Aliança, no entanto, propõe antecipar esse resultado. No Ceará, para atingir a meta de 90% de meninos e meninas imunizados, será necessário vacinar ainda 128.574 adolescentes cearenses.

Em todo o Brasil, quase três milhões de crianças e adolescentes de 9 a 14 anos ainda não foram vacinados contra o HPV. Conforme o secretário executivo de Vigilância em Saúde do Ceará, Antonio Silva Lima Neto (Tanta), essa faixa etária é considerada ideal para a aplicação do imunizante.

“A ideia é fazer um projeto de médio e longo prazo, com capacidade de erradicar esse tipo de neoplasia. Nessa fase da adolescência, há maior chance de a pessoa ainda não ter tido contato com o vírus, o que torna a vacina mais eficaz”, explica.

A aliança também busca equilibrar as coberturas entre os gêneros. Segundo o secretário executivo, atualmente o Ceará registra uma cobertura vacinal de 81% entre meninas, enquanto os meninos apresentam um índice inferior, em torno de 68%.

“Para alcançar uma cobertura vacinal eficaz e conseguir erradicar o vírus, é preciso impedir a circulação dele. E, para isso, é essencial vacinar ambos os sexos. Muitos podem pensar que essa é uma ‘vacina de menina’. Mas os meninos também podem ter câncer de pênis, de ânus, e a vacina protege contra esses tipos de câncer também”, explica o especialista.

As estratégias locais têm focado na articulação entre Saúde e Educação. “A escola é o espaço ideal. Essa faixa etária não frequenta postos de saúde regularmente, porque já saiu do calendário vacinal da primeira infância. Muitas mães acreditam que, ao sair dessa idade, acabou a fase de vacinação, mas não é assim”, explica Tanta.

As ações de imunização serão conduzidas pelos municípios com orientação e participação do Governo do Estado. Presente no evento de lançamento da Aliança pela Vacinação, a coordenadora de Imunização de Nova Olinda, Gabriela Alves, explica que o município, localizado no Cariri, já planeja estratégias para ampliar a cobertura na cidade.

“Queremos ampliar o atendimento em horários alternativos, oferecer não apenas vacinação, mas também atendimento médico e odontológico no período da noite, para aquelas pessoas que trabalham ou estudam e não conseguem ir à Unidade Básica de Saúde durante o dia”, aponta.

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Jovens também participaram do evento de lançamento da aliança. Um deles foi Willian Ciriaco, 16, que integra o núcleo de Cidadania dos Adolescentes do município de Farias Brito, no Cariri. O jovem se vacinou contra o HPV quando ainda tinha 9 anos e ressalta a importância da adesão.

“Quando a gente é adolescente, começa a olhar para o futuro, fazer planos, sonhar muito, então precisamos nos cuidar. E quanto aos pais, eles também precisam se informar, olhar as carteiras de vacinação dos filhos, e levá-los para vacinar. Assim, eles ficam protegidos”, aponta.

Conforme a oficial de Saúde do Unicef Fortaleza e Rio Grande do Norte, Madeline Abreu, a organização incentiva essa iniciativa por meio do Selo UNICEF e do Programa Saúde na Escola (PSE).

“Queremos realizar capacitações e formações com técnicos municipais e gestores, além de oficinas com adolescentes, para abordar o tema e estimular atividades de educação entre pares. Acreditamos muito no potencial e na participação dos próprios adolescentes na mudança de comportamento e na comunicação dessa causa”.

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