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Parceria entre UFC e prefeitura prevê mapear e recuperar áreas verdes
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Parceria entre UFC e prefeitura prevê mapear e recuperar áreas verdes

O objetivo do pacto é realizar ações integradas de mapeamento das áreas verdes da Cidade, estudos sobre habitação e projetos voltados à urbanização sustentável
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NA foto, o açude Santo Anastácio, que está 100% comprometido (Foto: Divulgação/Ribamar Neto)
Foto: Divulgação/Ribamar Neto NA foto, o açude Santo Anastácio, que está 100% comprometido

Na tarde desta terça-feira, 1º, a Universidade Federal do Ceará (UFC) e a Prefeitura de Fortaleza firmaram um acordo de cooperação técnica na área ambiental. Estão envolvidos no pacto a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e o Laboratório de Ciências do Mar (Labomar).

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O objetivo é realizar ações integradas de mapeamento das áreas verdes da Cidade, estudos sobre habitação e projetos voltados à urbanização sustentável. Como o projeto está em fase inicial, os valores de futuras ações não foram divulgados.

Foi feita uma visita ao açude Santo Anastácio, à trilha da Matinha do Pici, à Lagoa do Porangabuçu e ao território próximo ao canal da Bela Vista.

Acordo de cooperação surgiu a partir de estudo sobre poluição em açude

O reitor da UFC, Custódio Almeida, explica que, o Centro Estratégico de Excelência em políticas de Águas e Secas (Cepas) junto da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) da UFC, pensou em ações para recuperar o açude Santo Anastácio, que fica localizado no campus do Pici.

Para tratar o Santo Anastácio, é preciso envolver diferentes pastas do município, como a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), a Fundação do Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor) e até mesmo a Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), ligada ao Estado.

“A gente resolveu se reunir com o prefeito e mostrar a ele que a ação de recuperar o Santo Anastácio implicaria o trabalho em rede para tratar toda a bacia e rede hidráulica”. A ampliação da conversa resultou no acordo de cooperação estabelecido entre as duas partes nesta terça-feira, 1º.

O açude faz parte da bacia hídrica que liga a Lagoa da Parangaba até o Rio Maranguapinho, e é um dos 67 corpos d’água da Capital que está com problemas de poluição forte.

Atualmente, Fortaleza possui apenas 16% das matas nativas. A proposta da UFC, junto ao Labomar, é recuperar muitas das áreas que estão deterioradas, sejam elas por ocupações indevidas ou abandono.

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“O acordo deixou de ser só à área de águas e passou também a ser um acordo para cuidar de matas e dunas. É um amplo acordo de cooperação entre a prefeitura, por meio da Seuma, e da UFC, com seus professores, cientistas e estudantes, que vão prestar serviços e consultorias das orientações para tornar Fortaleza uma cidade cada vez mais sustentável", afirmou Custódio.

O reitor destacou também que, a organização do plano de trabalho deve ser iniciada ainda neste mês de julho. “Nós estamos prevendo um plano de trabalho para fazer atuações inicialmente no açude Santo Anastácio. Vamos envolver as pessoas necessárias e começar o trabalho imediatamente”.

As expectativas do reitor é de conseguir organizar uma agenda de cuidados ambientais na Capital, envolvendo as três áreas naturais: lagoas, matas e dunas.

“A expectativa é que nós tenhamos uma Fortaleza com mais educação ambiental, mais compromisso com o meio ambiente e uma Cidade cada vez mais sustentável", concluiu Custódio.

Prefeitura e pesquisadores da UFC farão estudos sobre situação

A titular da (SMA) da UFC, Aliny Abreu, esclarece que serão feitos diversos estudos e análises com pesquisadores da UFC e profissionais de pastas ambientais da prefeitura.

A ideia é fortalecer estudos e projetos a partir do acordo, que irá contemplar ações nas lagoas e corpos hídricos da Cidade. “Nosso foco e primeiro modelo de referência é o açude Santo Anastácio”.

O açude fica dentro da bacia do Rio Maranguapinho e recebe água de outros afluentes, como a Lagoa da Parangaba.

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As futuras ações serão contempladas por multiprofissionais, que analisarão toda a complexidade da situação. De acordo com Aliny, o caso envolve um plano de drenagem da Cidade a um plano de saneamento básico, que ainda não está finalizado no município.

“Tem muito assentamento precário em áreas de risco que estão pegando esses corpos hídricos", afirmou a titular da SMA. Aliny afirma que a poluição no açude é “integral”, e que pode ser considerada em 100%.

“Jorra esgoto em natura para dentro do canal, além de outras ligações clandestinas. Isso tá trazendo essa carga de enxofre de fósforo e nitrogênio, que são nutrientes que alimentam as macrófitas”

Ela continua: “Essa carga exagerada de nutrientes, a partir dessa contribuição de esgoto, torna o ambiente aquático completamente inviável ao ecossistema", detalhou a pesquisadora.

Além da recuperação das áreas verdes, Aliny afirma que um mapeamento sobre os locais deve ser feito. “A gente não tem um documento mostrando como a gente perdeu as áreas verdes ao longo do tempo e como Fortaleza pode fazer para recuperar grande porcentagem delas”, explicou.

O plano emergencial para recuperar a área do açude deve ter duração de pelo menos um ano. O local também servirá como um “açude-escola”, realizando treinamentos a alunos de pós-graduação da UFC e técnicos da prefeitura e Estado.

Aliny Abreu conta estar esperançosa com o firmamento do acordo: “Entendo como o início da concretude [das ideias]. A gente precisava convencer a prefeitura a entrar nessa parceria conosco. A gente vê objetivamente a coisa saindo do papel”.

Segundo ela, já estão sendo pensadas estratégias para impedir o lançamento direto de esgoto no canal. Uma delas são as obras de estação elevatória, feitas pela Ambiental Ceará, e que tem previsão de entrega em janeiro de 2026.

Outra parte da estratégia envolve o levantamento do estado de tubulações. Para isso, seria feita a criação de robôs com tecnologia embarcada, que terão sensores específicos para realizar estudos de ','nm_citno':'assoreamento','width':'180','height':120,'cd_tetag':'103082','align':'Left','js-changed':'1','id_tetag_tipo':7}"> assoreamento É o acúmulo de sedimentos, como areia, argila, lixo e matéria orgânica, no leito de rios, lagos ou outros corpos d'água, causando a diminuição da profundidade e volume de água.
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“A gente precisa fazer todo um levantamento bem rigoroso para a tomar as medidas cabíveis dentro de cada situação", conclui Aliny Abreu.

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