Dos 274 leitos reabertos na Santa Casa de Fortaleza, 20 serão na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), ala cujos atendimentos estão suspensos por falta de recursos financeiros e operacionais. A regulação do SUS, por sua vez, suspendeu temporariamente a liberação de novas admissões na unidade.
Conforme Gleydson Borges, coordenador da Comissão de Residência Médica da Santa Casa, "são 270 leitos que estão praticamente parados. E o pior culminou agora, com a retirada de todos os pacientes da UTI". Segundo diz, processo já dura 45 dias e pacientes só saíram da ala quando estavam clinicamente bem.
O Sindicato dos Médicos chegou a formalizar denúncias junto ao Ministério Público do Estado (MPCE) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para garantir o pagamento dos profissionais, que está atrasado.
Em nota enviada ao O POVO, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que "não há débitos pendentes com a Santa Casa de Misericórdia" e destacou que fez o repasse de mais de R$ 24 milhões à instituição. Além disso, pasta frisou que a gestão temporária do Município sobre a unidade vai buscar "reestruturar o atendimento para fortalecer a oferta de leitos para os pacientes".
De acordo com provedor da entidade, Vladimir Spinelli Chagas, uma reunião está marcada para acontecer com a prefeitura na próxima segunda-feira, 7, quando serão discutidas questões como a data da transferência da verba federal. Só depois é que será analisado o retorno de atendimentos na UTI.
"Vai precisar dos recursos iniciais (para reabrir), como insumos. A UTI foi paralisada por uma questão de segurança (...) Dependemos basicamente de insumos pra gente voltar com o atendimento (...) Os recursos serão suficientes sim pra Santa Casa poder voltar a funcionar normalmente", destaca. (Colaborou Gabrielle Félix)