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Em 13 anos, Ceará registrou 475 casos de tráfico de pessoas
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Em 13 anos, Ceará registrou 475 casos de tráfico de pessoas

Em 2024, outras 22 vítimas de trabalhos análogos à escravidão foram resgatadas no Estado
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Imagem de apoio ilustrativo. Em 2025, já foram realizadas 73 forças-tarefas em todo o Brasil, resgatados 331 trabalhadores e trabalhadoras em situação análoga à escravidão
 (Foto: Divulgação / Secom)
Foto: Divulgação / Secom Imagem de apoio ilustrativo. Em 2025, já foram realizadas 73 forças-tarefas em todo o Brasil, resgatados 331 trabalhadores e trabalhadoras em situação análoga à escravidão

O Ceará notificou 457 casos de tráfico de pessoas entre os anos de 2010 e 2022, conforme dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), da plataforma SmartLab. Iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT Brasil), a plataforma revela que, desse total, 67 casos foram registrados em 2022.

No ano passado, 22 vítimas de trabalhos análagos à escravidão foram resgatadas no Ceará. Três municípios concentram o número de ocorrências, sendo eles: Eusébio (12), Jaguaruana (9) e Aracati (1).

Em 2025, já foram realizadas 73 forças-tarefas em todo o Brasil, resgatados 331 trabalhadores e trabalhadoras e firmados 89 Termos de Ajustes de Conduta (TACs).

O Dia Mundial de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, em 30 de julho, tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre o modo como pessoas são recrutadas, por meio de ameaças ou outras formas de coerção, para trabalhos análogos à escravidão, exploração sexual, remoção de órgãos e outras práticas ilícitas.

Procuradora do Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE), Christiane Vieira Nogueira ressalta a importância da data e da atuação institucional no combate ao tráfico de pessoas

“O 30 de julho chama atenção para uma problemática ainda existente e aliada às formas de trabalho escravo contemporâneo, que é o tráfico de pessoas. O recrutamento de pessoas para realização de trabalhos em condições degradantes, para exploração sexual, aproveitando-se de suas vulnerabilidades, utilizando-se de engano, coação, vem sendo amplamente combatido pelo Ministério Público do Trabalho e por outras instituições”, explica.

A procuradora avalia, no entanto, que além da conscientização e prevenção, é preciso garantir meios de proteção aos resgatados e acesso a direitos, como educação, trabalho, saúde e renda.

 

Aproximidamente 50 milhões de pessoas vivem em condições de escravidão moderna, conforme dados da Organização das Nações Unidas (ONU). Destes, 28 milhões estão em situação de trabalhos forçados e uma, a cada oito vítimas, são crianças.

Brasil: 1.434 trabalhadores resgatados em 2024

Segundo a Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério Público do Trabalho (CONAETE), em 2024, foram resgatados 1.434 trabalhadores e trabalhadoras em condições análogas à escravidão no Brasil.

Os resgates resultaram da atuação nacional de 203 forças-tarefas, integradas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), com maior predominância nos estados de São Paulo (31), Minas Gerais (28) e Rio Grande do Sul (17).

De acordo com o MPT, nos locais de resgate costumam haver oferta intermitente de postos de trabalho em ocupações que pagam os menores salários e exigem pouca ou nenhuma qualificação profissional ou educação formal. Fato, em geral, associado a fatores como pobreza, baixa escolaridade, desigualdade e violência, entre outros.

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