O biólogo Robério Freire alerta que, em Fortaleza, "não existe, praticamente, fragmentos de mata. O que tem é um aglomerado de árvores em alguns locais". Na pesquisa Tão verde quanto possível, publicada em novembro passado, pesquisadores da UFC e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificaram que a Capital perdeu 83,7% da cobertura vegetal nativa.
Segundo a Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis), foram lavrados 30 registros de autos de infração relacionados a desmatamento no primeiro semestre de 2025. Sobre as áreas degradadas, a Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) afirmou que segue o que determina o Código Florestal (Lei n.º 12.651/2012).
"Se está aparecendo mais primatas, possivelmente é uma percepção das pessoas, não tem um valor matemático ou científico. A gente teria que entender se esse valor aumentou ou diminuiu, mas esse monitoramento não é feito", pondera.
A Seuma informou que, quando há processos relacionados a afugentamento de fauna para fins de construção, funcionamento de empreendimentos ou licenciamento ambiental, a pasta aplica a Instrução Normativa nº 06/2020, que trata da autorização para supressão, transplante vegetal e manejo de fauna silvestre. "O que está previsto na legislação e exige monitoramento por parte da Seuma é analisado dentro dos processos formais, ficando sob a competência da Agefis atuar em casos de denúncias e ações de fiscalização."