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Moradores cobram limpeza de Lagoa no bairro Cidade 2000
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Moradores cobram limpeza de Lagoa no bairro Cidade 2000

Lixo tem causado transbordamentos no corpo d'água, levando a água até as casas da região; moradores cobram também promessa de inclusão no Aluguel Social
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Moradores denunciam poluição na Lagoa da Cidade 2000 (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA Moradores denunciam poluição na Lagoa da Cidade 2000

A Lagoa do Gengibre, no bairro Cidade 2000, em Fortaleza, tem se tornado uma dor de cabeça para os moradores da região. Isso porque o corpo d’água, outrora espaço de lazer para a comunidade, hoje se encontra contaminada por diversos tipos de resíduos sólidos.

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Segundo moradores da região, os problemas com lixo se estendem também para um canal de escoamento, que durante as cheias da Lagoa, deveria levar a água até o Rio Cocó para evitar transbordamentos. Entretanto, este canal também está entupido com plásticos, restos de móveis e material orgânico, o que impede a passagem de líquidos.

Essa impossibilidade de escoamento já duraria pelo menos cinco anos, acarretando, além da sujeira ao ar livre, na entrada de água na casa dos moradores durante as épocas de chuva. O problema é tamanho que já levou parte dos moradores a procurarem uma região mais distante do rio para morar, visto as frequentes perdas de móveis e eletrodomésticos nos alagamentos.

“Estou pagando aluguel sem ter condições. Quem ajuda é minha família. Não tem condições de eu me estabelecer aqui [na margem do rio]. Perdi vários móveis. Isso aí nem conto. Na faixa de uns R$ 3 mil levados pela água”, conta Luiz Carlos, que deixou o barraco onde morava no início do ano por medo de novas perdas durante a quadra chuvosa.

Ainda segundo os moradores, o prefeito Evandro Leitão (PT) esteve no local este ano e prometeu a limpeza da lagoa, o que até agora, não aconteceu. Procurada pelo O POVO, a Defesa Civil de Fortaleza afirmou que uma equipe da pasta esteve na Lagoa ontem, 6, e que após a análise, serão definidas as ações necessárias para a solução dos problemas apresentados.

Moradores também cobram inclusão no programa Aluguel Social

Assim como Luiz, outros moradores da comunidade do Gengibre são constantemente assolados pelas cheias da Lagoa. A luz para o fim desses problemas teria vindo durante a visita feita pelo chefe do executivo municipal ao local nos últimos meses, onde foi discutida a possibilidade de inclusão dessas pessoas em ações de moradia digna

Ao todo, 25 famílias teriam fornecido dados pessoais para equipes da Prefeitura, a fim de serem incluídas no programa de moradia digna. A proposta também incluía a demolição dos barracos após a saída das famílias, já que eles foram construídos de forma irregular à beira do corpo hídrico.

Meses após a coleta dos dados, os moradores seguem convivendo com o medo das chuvas e situações de insalubridade, como exposição a restos fecais e lixo.

“Eu já cheguei a fazer necessidade dentro de uma sacola porque o banheiro estava cheio d’água. Não podia usar. Se eu usasse o banheiro era melhor eu defecar dentro de casa, com a água dando no meu joelho”, conta um outro morador, que terá o nome preservado.

O POVO procurou também a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza, para confirmar se houve ou não o cadastro das famílias no programa Aluguel Social, mas não obteve retorno. A matéria será atualizada assim que uma resposta for enviada pela pasta.

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