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O Projeto Remar e a acessibilidade urbanística
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O Projeto Remar e a acessibilidade urbanística

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O professor universitário Vicente Cristino, um dos fundadores do Projeto Remar, explica que a iniciativa conta com voluntários de várias áreas de conhecimento e atende de 50 a 100 pessoas, semanalmente. Porém, ainda enfrenta o desafio da falta de acessibilidade ao mar e às escolas parceiras.

Barreiras arquitetônicas como escadas e a ausência de rampas impedem o acesso autônomo de cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida ao mar, apesar de repetidas solicitações às autoridades, segundo Vicente. Ele enfatiza que a acessibilidade é um direito constitucional e beneficiaria não só os participantes do Remar, mas toda a sociedade e até turistas.

Thiago Camargo, empresário e também fundador do Projeto Remar, reforça que a avenida Beira Mar de Fortaleza é "a orla mais top do Brasil", mas ainda carece de acessibilidade em trechos cruciais e mais estacionamento exclusivo para PCD.

A obrigatoriedade dessas melhorias é estabelecida por normas brasileiras, que adquirem força de lei devido à legislação sobre acessibilidade, conforme explica o arquiteto especializado em acessibilidade arquitetônica, Plínio Silveira.

"A acessibilidade arquitetônica e urbanística vai abranger todos esses espaços comuns da Beira Mar, o calçadão, os bancos... as vagas de estacionamento também muito importantes. Dentro de uma visão do desenho universal que é para todas as pessoas, incluindo pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida", explica Plínio.

Ele destaca avanços recentes, como a substituição de pisos derrapantes por antiderrapantes e a instalação de rampas e pisos táteis, atribuindo essas conquistas a uma crescente cultura inclusiva.

Porém, ele aponta falhas em padrões de pisos táteis, ausência de espaços laterais em bancos para cadeirantes, e a falta de acessos à praia por meio de rampas ou esteiras, elementos previstos pela Norma Brasileira Regulamentadora (NBR) 9050. A dificuldade em cumprir integralmente o que a lei determina é multifatorial, mas Plínio ressalta que há uma carência de conhecimento sobre as possibilidades e obrigatoriedades por parte de técnicos e gestores.

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