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Investigação da morte de advogado sugere suposto esquema de tráfico de drogas e extorsão; suspeito é preso
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Investigação da morte de advogado sugere suposto esquema de tráfico de drogas e extorsão; suspeito é preso

O carro usado para perseguir o advogado foi identificado como um veículo alugado e o locador, suspeito de envolvimento, foi preso
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CÂMERAS mostram carros envolvidos  (Foto: reprodução )
Foto: reprodução CÂMERAS mostram carros envolvidos

Um homem suspeito de envolvimento na morte do advogado Paulo Marcelo Silva Freire, na madrugada de sexta, 15, foi preso no sábado, 16. Ele estaria no carro com dois clientes quando foi alvejado por sete tiros. Os outros dois ocupantes conseguiram fugir, um foi atingido e morreu no local e o outro se escondeu e sobreviveu. 

O POVO teve acesso ao inquérito policial sobre o caso e, de acordo com os depoimentos de testemunhas e de um dos sobreviventes da execução, o crime revela suposto esquema de tráfico de drogas e supostas extorsões praticadas por agentes de segurança. O POVO não divulga os nomes das pessoas que prestaram depoimento por questões de segurança. 

O sobrevivente relatou à Polícia Civil que ele e um grupo de amigos estava consumindo drogas, na Vila Rosângela, avenida Cônego de Castro, e teriam sido surpreendidos por policiais militares, que supostamente seriam da Força Tática. 

Uma familiar do grupo teria ficado sabendo que os jovens estavam sob o poder dos policiais e acionado um advogado. O profissional não compareceu, mas outro advogado, Paulo Marcelo, foi até o local.

Ainda conforme os depoimentos anexados ao inquérito policial, o advogado permaneceu com os policiais dentro do imóvel e em seguida todos saíram. Os jovens então teriam sido liberados. 

Advogado teria feito "acordo" com supostos policiais para liberar clientes 

Uma das testemunhas relata que teria sido feito um "acordo" entre o advogado e os agentes de segurança. Nos autos, o relato é de que os policiais saíram com entorpecentes do local e Paulo Marcelo levaria os jovens envolvidos para casa, por segurança.

A testemunha relatou ainda que ouviu o advogado informando, em uma ligação, que não havia conseguido R$ 10 mil, mas R$ 5 mil.

 

Carro usado na ação seria alugado e suspeito de envolvimento é preso 

A Polícia Civil identificou o automóvel que supostamente seguia o veículo do advogado. Ao consultar a placa do carro, foi verificado que se tratava de um automóvel alugado. De acordo com informações do inquérito, ao procurar o proprietário do veículo, a Polícia foi informada de que foi alugado por Luiz Henrique Gaudino Braga.

Ele seria responsável pela locação e também por enviar a transferência via PIX para o proprietário do automóvel. 

Conforme o depoimento do responsável pelo carro, um veículo MOBI de cor branca, Gaudino entrou em contato com o proprietário afirmando que o veículo havia sido roubado. Ele não soube informar à Polícia se foi feito Boletim de Ocorrência (B.O).

Gaudino tem diversos antecedentes criminais, inclusive por homicídio. Ele foi preso no sábado, 16, na casa de familiares da companheira e, durante o depoimento, preferiu ficar em silêncio. 

Segundo o inquérito policial, a transferência via PIX para o proprietário do carro aconteceu antes do crime. A ligação para o dono informando que o automóvel havia sido roubado aconteceu durante a madrugada. 

O proprietário conseguiu bloquear o veículo, encontrado em Maracanaú. 

Depoimento relata tráfico e atuação de advogado contra supostas extorsões 

Outra testemunha descreveu que seria responsável pela venda de drogas no local onde houve a suposta abordagem da Força Tática, e relatou que os rapazes eram agredidos pelos policiais. A testemunha informou que também foi agredida pelos agentes, saiu do local e não retornou. 

A testemunha informa que conhecia o trabalho do advogado e que teve um familiar morto por intervenção policial. Nesse caso, o advogado teria afirmado estaria com os documentos preparados para denunciar os agentes de segurança, no entanto, a família desistiu por medo. 

Outro advogado foi morto há menos de três meses 

Silvio Vieira da Silva foi morto a tiros no bairro Genibaú, em Fortaleza. O crime aconteceu no dia 5 de maio, quando o advogado saiu de casa para buscar um pagamento de um cliente, um valor de R$ 4 mil, que seria feito em espécie. 

Silvio teria recebido várias ligações solicitando que ele fosse até o bairro do Genibaú para receber o valor, pois a pessoa que faria o pagamento não teria como realizar uma transferência bancária. Ao chegar no local, a vítima foi recebida por homens que indagaram se ele era o "doutor Silvio". Diante da afirmativa, os homens atiraram contra a vítima. 

O advogado ainda tentou fugir, mas os criminosos entraram no carro e realizaram mais disparos de arma de fogo. A vítima morreu no local. Suspeitos do crime foram presos e, posteriormente, a Polícia afirmou que a morte do profissional foi encomendada por um traficante. O motivo para o crime seria o de que Silvio não obteve a soltura dele. 

 

Atualizada às 20h07

 

 

 

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