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Operação contra GDE: seis pessoas são presas e carros blindados são apreendidos em Fortaleza
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Operação contra GDE: seis pessoas são presas e carros blindados são apreendidos em Fortaleza

Ações buscaram desarticular o eixo financeiro da organização em que membros teriam movimentado cerca de R$ 900 mil em seis meses. Suspeitos não tinham renda declarada ou vínculo empregatício para caracterizar movimentação em alto valor, levantando a suspeito de valores ilícitos de tráfico de drogas
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Suspeitos foram presos durante operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), em Fortaleza (Foto: Divulgação/PC-CE)
Foto: Divulgação/PC-CE Suspeitos foram presos durante operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE), em Fortaleza

Seis pessoas suspeitas de integrar a facção criminosa Guardiões do Estado (GDE) foram presas na manhã de ontem, 19, em Fortaleza, durante uma operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) para desarticular o eixo financeiro do grupo. As capturas aconteceram nos bairros Parque Santa Rosa e Aracapé, sendo quatro por mandados de prisão e duas em flagrante.

As investigações revelaram que os suspeitos, que não possuíam renda declarada, e vínculo empregatício, movimentaram, em 7 meses, quase R$ 900 mil em contas bancárias. Um deles teria movimentado mais de R$ 2 milhões de reais no período. A movimentação financeira era realizada por Pix ou demais transações, caracterizando negociação de um dinheiro proveniente do tráfico de drogas.

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De acordo com o delegado da 1ª seccional do Departamento de Polícia da Capital, Rodrigo Aurélio, os valores são incompatíveis com o recebimento de qualquer pessoa que tem um trabalho formal. Um dos suspeitos presos alegou que atuava na compra e venda de celular, outro, que possuía um salão de festa. Eles teriam movimentado, em um mês, R$ 300 mil.

“São valores totalmente incompatíveis com o ganho de qualquer pessoa normal da sociedade. Isso caracteriza lavagem de dinheiro e associação para o tráfico de drogas, bem como a organização criminosa. Por isso que os mandados têm a apreensão de valores de até R$ 10 milhões reais em bens, porque são valores que são movimentados pelo grupo criminoso”, explicou o delegado.

Durante as diligências, duas prisões em flagrantes foram realizadas, sendo uma por tráfico de drogas, quando um suspeito estava em posse de 60 gramas de maconha e 50 gramas de haxixe e um segundo por corrupção ativa. Este, durante a abordagem, tentou subornar um dos policiais civis, que realizou a prisão do suspeito.

Também foram realizados o cumprimento de mandados de busca e apreensão, que resultaram no recolhimento de cinco carros, sendo dois blindados e uma moto. Foi apreendido o valor de R$ 250 mil em espécie em uma das casas dos alvos dos mandados. Além das prisões, foram cumpridas 13 ordens para tornozelamento de suspeitos.

Além dos veículos, foram apreendidos 40 aparelhos celulares que serão periciados. Os policiais civis também solicitaram o bloqueio de até R$ 10 milhões das contas dos suspeitos.

Entre os quatro membros da facção, um dos presos seria uma liderança da facção na região do Acarapé. Identificado como Kaique de Oliveira Silva, o suspeito, além de atuar nos crimes de lavagem de dinheiro, seria mandante de homicídios, tráfico de drogas e ordenava ataques a facções rivais na região do Acarapé.

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“Alguns dos alvos, destaco dois deles, exercem forte influência e comando na facção. Então, eles davam ordens para em todos os sentidos, como para o tráfico de drogas, para homicídio, e para ataque para outras facções. Eles exercem forte influência e poder de liderança na facção”, afirma o delegado Rodrigo Aurélio.

Ainda segundo o titular da 1ª seccional do Departamento de Polícia da Capital, a investigação teve início há cerca de três meses a partir de informações recebidas sobre a movimentação financeira dos suspeitos. Em um levantamento de um ano, foi possível identificar os suspeitos que faziam parte da facção criminosa.

Os nomes dos suspeitos presos em ações das forças da segurança do Ceará deixaram de ser divulgados desde o dia 5 de fevereiro de 2024.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou atender à orientação da sua assessoria jurídica para adequar-se à Lei de Abuso de Autoridade (Lei Nº 13.869/2019).


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