Logo O POVO+
Estado cria plano para assistência à população em situação de rua
CIDADES

Estado cria plano para assistência à população em situação de rua

Uma das metas do plano é fortalecer a produção de dados sobre a população de rua em todo o Ceará. O documento lançado nesta terça-feira, 19, visa orientar ações até 2028
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Plano Estadual para população em situação de rua pelo Ceará é uma política de médio prazo e busca resultados imediatos em quatro anos (Foto: Reprodução/ Claudio Rocha (SPS))
Foto: Reprodução/ Claudio Rocha (SPS) Plano Estadual para população em situação de rua pelo Ceará é uma política de médio prazo e busca resultados imediatos em quatro anos

Habitação, saúde, educação, assistência social, trabalho e renda, segurança e acesso à justiça. Esses sete eixos integram o Plano Estadual para população em situação de rua, lançado na terça-feira, 19, sob diálogo com a forma nacional, o "Ruas Visíveis", adaptado para a realidade do Ceará

19 de agosto é o Dia da Luta da População em Situação de Rua; SAIBA

Entre as ações, estão previstas a articulação para ampliação de serviços de acolhimento, acesso à saúde mental, estratégias para geração de renda e inserção no mercado de trabalho, além do fortalecimento das políticas de habitação. Outro ponto é a articulação com os municípios para que os trabalhos tenham capilaridade em todo o Estado.

Em memória ao Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, celebrado na data, o Governo oficializou a entrega desse texto, que orientará ações de 2025 a 2028. O documento foi elaborado pela Secretaria da Proteção Social (SPS) em parceria com o Conselho Estadual de Garantia de Direitos para a População em Situação de Rua e Superação de Rua (Cepop).

A solenidade ocorreu na sede da Justiça Federal, no Centro de Fortaleza, dentro da programação do Pop Rua em Ação e da III Semana Regional de Conciliação e Cidadania. 

Construído de forma participativa, o plano teve como base encontros regionais realizados na Capital e Região Metropolitana, em Sobral e na região do Cariri, reunindo os afetados diretos, gestores públicos e movimentos sociais. 

De acordo com a secretária executiva de políticas sobre drogas, Lidiane Rebouças, a proposta é que cada política pública atue de forma integrada, garantindo que a população em situação de rua não seja invisibilizada, mas reconhecida como sujeito de direitos. 

Estado busca efeitos imediatos em até quatro anos para política de apoio a população em situação de rua

Para isso, houve publicação no Diário Oficial. "Ele foi construído para ser uma política de médio prazo, com efeitos imediatos, porque orienta e organiza as ações que o Estado e os municípios precisam executar daqui para a frente", informa.

Dados do Governo Federal indicam que a população em situação de rua do Ceará é de aproximadamente 8.700 pessoas. Uma das metas do plano é justamente fortalecer a produção de dados em todo o Estado. 

"O que esperamos é que até 2028 tenhamos o fortalecimento da rede de atendimento e acolhimento, promoção de inclusão social e econômica, aprimoramento de gestão e governança, e geração de conhecimento e sensibilização", estabelece a secretária.

O encontro reforçou iniciativas já em andamento da SPS, como a Estação do Cuidado, no bairro Moura Brasil, em Fortaleza; a Estação Móvel de Políticas sobre Drogas; a Feira de Arte da Rua; o Projeto Acolher e o próprio Pop Rua em Ação, que mensalmente leva serviços e alimentação para esses indivíduos.

Para Lidiane Rebouças, o desafio é transformar o plano em políticas permanentes. "Ainda enfrentamos situações de violência institucional e de preconceito", acrescenta.

Representantes da população em situação de rua estiveram presentes na solenidade. O coordenador do Movimento Nacional da População de Rua na Capital, Arlindo Ferreira, defendeu que as políticas devem garantir condições reais de melhoria de vida.

"Antes, você pertencia a uma casa, a uma família, mas na rua sobra apenas o chão e um pedaço de papelão. Não queremos caridade, queremos dignidade: arroz com ovo comprado por nós dentro da nossa própria casa”, cobra.

O que você achou desse conteúdo?