Logo O POVO+
Membros de facções são presos suspeitos de expulsões de moradores em distrito de Morada Nova
CIDADES

Membros de facções são presos suspeitos de expulsões de moradores em distrito de Morada Nova

As prisões, realizadas nessa segunda-feira, aconteceram nos municípios de Limoeiro do Norte, Morada Nova, Mauriti, São João do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte e Alto Santo
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
Imagem meramente ilustrativa. Prisões aconteceram pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) (Foto: Divulgação/PC-CE)
Foto: Divulgação/PC-CE Imagem meramente ilustrativa. Prisões aconteceram pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE)

Oito pessoas foram presas na manhã desta segunda-feira, 1º, durante uma operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE). Os detidos são suspeitos de envolvimento em facções criminosas, sendo uma delas responsável pela expulsão de moradores de Uiraponga, em Morada Nova, a 167,62 quilômetros de Fortaleza.

As prisões aconteceram nos municípios de Limoeiro do Norte, Morada Nova, Mauriti, São João do Jaguaribe, Tabuleiro do Norte e Alto Santo. Dos oito preso, seis estavam em liberdade e uma já reclusa no sistema penitenciário. A operação cumpriu, no total, 11 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça do Ceará, sendo que alguns dos alvos possuíam mais de um mandado em aberto.

Leia Mais | Preso suspeito de expulsar moradores de casa após briga entre facções em Morada Nova

Nas diligências, 22 mandados de busca e apreensão domiciliar foram cumpridos. Houve apreensão de drogas e aparelhos celulares, que serão periciados para auxiliar nas investigações policiais. 

O POVO apurou com fonte policial que parte dos suspeitos presos é ligada à facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP), vinculada ao líder do grupo Gilberto de Oliveira Cazuza, o "Mingau". Atualmente, o criminoso encontra-se foragido no Rio de Janeiro e integra a lista de Mais Procurados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).

Outros presos na operação estão ligados à facção cearense Guardiões do Estado (GDE). Eles, por sua vez, integram o grupo do líder criminoso José Witals da Silva Nazario, 25, o “Playboy”, preso em São Paulo no dia 28 de julho, acusado de mandar expulsar moradores do distrito de Morada Nova.

De acordo com a delegada do DPI/Sul, Arnada Araújo, mesmo de longe, “Gilberto Mingau” continuava dando ordens diretas para ações criminosas no Vale do Jaguaribe. “Em determinada situação, eles foram até um local e furtaram diversas armas desse local. Quem articulou toda a divisão dessas armas foi o Gilberto Mingau, junto com alguns dos que foram presos hoje”, disse a delegada.

Como O POVO mostrou anteriormente, o conflito na região do Vale do Jaguaribe iniciou após uma ruptura entre antigos aliados Mingau e Playboy. A operação do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPI-Sul) mirou nas duas organizações que brigam pelo domínio do tráfico na região.

Mingau chegou a integrar a GDE, mas rompeu com a facção. Conforme a Polícia Civil do Ceará (PC-CE), Witals era um dos subordinados de Gilberto, mas, após deixar a prisão em setembro de 2024, ele decidiu abandonar o grupo.

O criminoso teria permanecido na GDE para disputar o domínio do Vale do Jaguaribe, principalmente, Uiraponga. Com isso, o suspeito teria passado a ameaçar pessoas ligadas a Mingau na região.

As investigações que prenderam os oitos suspeitos foram iniciadas a partir dos episódios de expulsões em Uiraponga. “A Polícia Civil iniciou um trabalho investigativo que culminou na data do dia 28 de julho, na prisão de dois indivíduos. Um deles seria exatamente o um dos chefes dessa organização criminosa que seria responsável pelas ameaças”, revela o delegado Pedro Viana, diretor do DPI/Sul.

Ainda segundo o delegado, a operação teve como objetivo atingir pessoas de dois grupos criminosos diferentes. Devido à proximidade entre os municípios e ao nível de interligação entre os suspeitos, a polícia decidiu realizar a operação no mesmo dia.

A operação deflagrada foi intitulada “Regnum Fractus” (Reino Quebrado, em latim, em referência a desarticulação de grupos criminosos). A ação foi coordenada pela 1ª e 2ª Seccionais do DPI-Sul e pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco-Sul) e mobilizou 26 equipes da instituição.

Entenda a razão das expulsões em Uiraponga

As investigações da Polícia Civil revelaram, anteriormente, que as ameaças das expulsões de moradores foram para pessoas ligadas a Gilberto Mingau, onde elas prestavam serviço de proteção. Ao longo das investigações, os criminosos passaram a expulsar pessoas em geral e não só aquelas ligadas à criminalidade.

O distrito de Uiraponga concentra em média cerca de 300 residências e aproximadamente mil habitantes. Na época das primeiras prisões, a investigação, no entanto, não tinha definido quantas famílias foram expulsas de suas casas após as ameaças e quantas retornaram às residências.

Diante dos casos, a região passou a concentrar policiamento ostensivo e ações de prevenção que deverão contar com apoio do Comando de Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac) e da Polícia Militar do Ceará (PMCE). A investigação aponta que os crimes cometidos na região estão ligados a briga entre facções criminosas e, principalmente, pelo domínio territorial da região.

Atualizada às 15h33min

Atualizada às 14h08


O que você achou desse conteúdo?