Amanhã, dia 7 de setembro, o Brasil recebe a 31ª edição do Grito dos Excluídos e Excluídas. Com o tema “Cuidar da Casa Comum e da Democracia é luta de todo dia”, o movimento dialoga com o atual contexto das crises climáticas globais, a defesa da democracia e o cuidado com o meio ambiente.
Em Fortaleza, a manifestação começa às 8 horas, na Praia do Futuro. Entre os temas a serem abordados, estará a chacina do Curió, que completa 10 anos em novembro.
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A tradicional manifestação popular foi criada em 1995, a partir da 2ª Semana Social Brasileira e do tema da Campanha da Fraternidade daquele ano — “Fraternidade e Excluídos”. Liderado pela Pastoral Social da CNBB, o Grito reúne igrejas cristãs, movimentos e organizações sociais para denunciar a exclusão e promover justiça social.
“O Brasil, que vai sediar a COP 30, vive sérios problemas ambientais, como desmatamento na Amazônia, poluição e projetos que ameaçam áreas verdes, inclusive em Fortaleza. Já em relação à democracia, seguimos vendo os desdobramentos do 8 de janeiro de 2023, que escancararam uma trama para abolir o Estado democrático de direito”, ressalta em nota a organização do evento.
A programação em Fortaleza prevê caminhada, apresentações culturais e falas de movimentos sociais. Os participantes se concentrarão a partir das 8h na Praça Dom Hélder Câmara, na Praia do Futuro, de onde seguem em caminhada até a Comunidade Raízes da Praia, no Vicente Pinzón.
Durante o percurso, haverá falas de representantes de diversos movimentos, com os cinco eixos temáticos:
Violência: com destaque para as mães da Chacina do Curió, cobrando justiça no caso que completa 10 anos;
Plebiscito popular: em defesa do fim da escala 6x1, isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil, redução para quem ganha até R$ 7.300 e taxação dos super-ricos;
Soberania nacional: frente a tentativas de intervenção dos Estados Unidos na política brasileira e na defesa da democracia;
COP 30: chamando atenção para o papel do Brasil no debate climático internacional;
Dessal do Ceará: discutindo os impactos da criação da usina dessalinizadora nas comunidades locais como Praia do Futuro e Vicente Pinzón, com reivindicação de diálogo e medidas de proteção às famílias já residentes.
“O que queremos é que, se a usina for instalada, (que) ela seja feita com cuidado às famílias que já moram lá”, destaca a organização.
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Em Fortaleza, a reunião para a manifestação será na Praia do Futuro, às 8 horas, com caminhada até a Comunidade Raízes da Praia.