Entrando nos debates da agenda internacional de sustentabilidade, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), anunciou a criação de cinco novos parques urbanos na manhã dessa quarta-feira, 10, durante o evento “Diálogo Rumo à COP 30”, realizado no Centro de Eventos do Ceará. Com a medida, a Capital passará a contar com 30 parques urbanos.
A abertura do encontro reuniu autoridades nacionais, internacionais, estudiosos e ambientalistas para anunciar medidas e firmar parcerias. Segundo o prefeito, os novos parques reforçam o papel de Fortaleza na agenda climática.
“Esses cinco parques urbanos que nós anunciamos hoje serão importantes para tornar Fortaleza uma cidade mais arborizada, voltada para a sustentabilidade”, afirmou.
- Parque Urbano da Lagoa do Aracapé
- Parque Urbano da Lagoa do Urubu
- Parque Urbano Zeza-Olho D’água
- Parque Urbano Zoobotânico do Passaré
- Parque Urbano da Lagoa da Paupina
Arthur Bruno, superintendente do Instituto de Planejamento de Fortaleza (Iplanfor), destacou que a ampliação das áreas verdes será prioridade no Plano Diretor, atualmente em elaboração e que deveria ter sido renovado em 2019.
“O prefeito determinou que precisamos manter as áreas verdes asseguradas e aumentar. Estamos aumentando as áreas de proteção ambiental em 60%. Lamentavelmente, Fortaleza só tem 16% do seu território protegido. Nos últimos oito anos, perdemos 20% dessas áreas”, afirmou.
Bruno explicou ainda que a proposta é aproximar moradia, trabalho e lazer, de modo a estimular o uso de áreas com infraestrutura.
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Durante o evento, também foi lançada a primeira Política Municipal de Mudança do Clima de Fortaleza, estabelecendo diretrizes, ações e metas de adaptação e mitigação para preparar a cidade diante de eventos climáticos extremos, como enchentes e ondas de calor.
A legislação estabelece diretrizes para a definição de ações e metas capazes de enfrentar os efeitos da crise climática, fortalecendo instrumentos de planejamento já existentes e protegendo a população diante de eventos extremos, como enchentes e ondas de calor.
O secretário do Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma), João Vicente Leitão, destacou o esforço da gestão. “Neste semestre, batemos recorde de mudas e plantio de árvores, com mais de 30 mil até setembro. E a meta é aumentar esse número”, afirmou.
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Também foi anunciado o Observatório dos Riscos Climáticos, ferramenta de monitoramento e acompanhamento das áreas de risco da capital, que será gerenciado pelo Iplanfor com dados de diferentes órgãos da Prefeitura.
Fortaleza ainda foi contemplada com R$ 700 mil do Governo Federal para o Plano Municipal de Redução de Riscos, recurso que permitirá a reavaliação das áreas vulneráveis já mapeadas e a elaboração de um novo diagnóstico em todas as regionais da Cidade. O trabalho será conduzido pelo Serviço Geológico do Brasil em parceria com a Defesa Civil municipal e deve durar 18 meses.
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Outra medida foi a adesão de Fortaleza à Rede Global C40, oficializada com a assinatura de um Memorando de Entendimento. O grupo reúne 98 das maiores cidades do mundo comprometidas em enfrentar a crise climática, representando mais de 650 milhões de habitantes e 25% do PIB mundial. A integração fortalece a colaboração em projetos e ações conjuntas de mitigação e adaptação.
“A entrada de Fortaleza na C40 é motivo de orgulho. A rede reúne cem cidades lideradas por prefeitos influentes no combate à crise climática. Às vésperas da COP30, esse grupo vai discutir soluções práticas e parcerias com a população para enfrentar os impactos já sentidos da emergência climática”, destacou Gabriel Tenenbaum, diretor de implementação da C40 na América Latina.
Uma carta de intenções será elaborada e apresentada durante a COP30, em novembro, em Belém. (Colaborou Victor Marvyo)
Ponte Metálica não será demolida, diz prefeito
"O que eu posso garantir sobre a Ponte Velha é importante e que ela não será demolida. Pronto. Isso é um fato. Nós temos que partir desse princípio". A afirmação é do prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), nesta quarta-feira, 10, durante "Diálogos Rumo à COP 30", realizado pela Prefeitura, no Centro de Eventos.
A intenção em demolir o equipamento, que está interditado desde 2023, foi antecipada pelo O POVO, de acordo com informações do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
De acordo com Evandro, estudos estão sendo feitos para que um projeto seja discutido com a comunidade local, que participou de audiência pública nessa terça-feira, 9.
"Não irei fazer absolutamente nada. Inclusive, já conversei com representantes das Zeis (Zona Especial de Interesse Social), já conversei com o representante também da Cufa (Central Única das Favelas). Enfim, toda a população ali [Poço da Draga]. E já comuniquei a eles, não faremos absolutamente nada se não for discutindo", ressaltou o prefeito.
A discussão no dia anterior, solicitada pela vereadora Adriana Gerônimo (Psol - CE), reuniu moradores da comunidade do Poço da Draga e representantes públicos no Pavilhão Atlântico. Na ocasião, Gerônimo ressaltou que a estrutura centenária está conectada com a identidade de Fortaleza.
"Mesmo sendo um local que está fechado desde 2023, ali no final do ano, as pessoas continuam utilizando a ponte, exatamente porque se tornou um lugar de lazer, mas também de pertencimento, sobretudo com a nossa população mais jovem", disse a vereadora.
A Ponte Velha, como também é reconhecida, foi o primeiro porto da Capital e manteve a função até a inauguração do Porto do Mucuripe. De acordo com relato do geógrafo e morador do Poço da Draga, Sérgio Rocha, o espaço recebeu seu nome - Ponte de Metálica - em 26 de maio de 1906, data que inspirou ainda o "aniversário" da comunidade.
"A gente imagina que àquela época era preciso ter um núcleo de habitação para dar suporte na atividade portuária", explica. (colaborou Penélope Menezes)