Silvinha Cavalleire, presidenta nacional da União Nacional LGBT, destaca que muitos crimes só são investigados após a morte da vítima. "Mesmo assim, nem sempre há apuração ou prisão dos suspeitos. Basta ver os casos recentes de assassinatos de travestis e mulheres trans onde nenhum suspeito foi preso até hoje", diz.
Ela cita Vivia Paiva, mulher trans que foi assassinada a tiros no ultimo mês de junho em Itapajé. Caso semelhante é o de Safira Meneghel, uma travesti com deficiência cognitiva e auditiva, brutalmente morta a golpes de paus e pedras em Fortaleza, em agosto de 2024.
Outro exemplo é o assassinato de Hérica Izidoro, ocorrido na mesma semana do caso Dandara, em abril de 2017. Os três casos seguem sem suspeitos identificados ou presos.
Segundo a ativista, o Ceará conta com apenas uma delegacia especializada para lidar com crimes de LGBTfobia, a Delegacia de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou Orientação Sexual (Decrim).
A unidade está localizada no Papicu, em Fortaleza, e atende de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. "Ela só tem competência sobre Fortaleza. Os outros 183 municípios ficam descobertos", aponta.