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Pacto de Milão: o que acordo global que será assinado por Fortaleza significa para a cidade
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Pacto de Milão: o que acordo global que será assinado por Fortaleza significa para a cidade

Brasil tem 13 cidades signatárias. Grandes cidades participantes se comprometem com a garantia de acesso a alimentos saudáveis para a população
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FORTALEZA é uma das 13 cidades brasileiras signatárias do pacto  (Foto: Sergio Amaral/Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social)
Foto: Sergio Amaral/Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social FORTALEZA é uma das 13 cidades brasileiras signatárias do pacto

Fortaleza se tornará uma das 300 cidades do mundo e a 13ª do Brasil a assinar o Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana. O acordo deve ser firmado durante a 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, que ocorre na Capital durante hoje, 18, e amanhã, 19, no Centro de Eventos do Ceará.

O Pacto de Milão reúne cidades dispostas a desenvolver ações contra a fome, má nutrição, mudanças climáticas e desigualdades sociais em ambientes urbanos. Elas se comprometem a fortalecer políticas públicas e trocar experiências para avançar nos objetivos.

Criado em 2015 pela prefeitura de Milão, na Itália, o acordo surgiu chamando atenção para os desafios que as grandes cidades enfrentam na alimentação: desequilíbrios significativos na distribuição e no acesso aos alimentos, degradação ambiental, escassez de recursos e alterações climáticas.

Além disso, problemas crônicos de saúde relacionados a uma alimentação pouco nutritiva, como obesidade, diabetes e pressão alta, são cada vez mais comuns.

Os padrões de consumo também são considerados insustentáveis, com desperdício alimentar ocorrendo tanto na fase de produção quanto no consumo. Ao mesmo tempo, a pobreza continua sendo um obstáculo para uma boa alimentação nos grandes centros urbanos.

Ao assinar o Pacto de Milão, Fortaleza se propõe a criar sistemas alimentares que facilitem o acesso a alimentos saudáveis para todos, minimizando o desperdício e conservando a biodiversidade.

Para isso, a Capital precisa incentivar a participação de diversos setores da sociedade e a intersetorialidade de pastas municipais, conforme as diretrizes do Pacto.

O documento também fomenta a criação de dietas saudáveis, seguras e culturalmente apropriadas, com foco especial nas escolas. As compras públicas de alimentos para hospitais, serviços municipais e outros equipamentos devem ser adaptadas para garantir alimentação saudável, de origem local e produzida de modo sustentável.

É incentivada ainda a implantação de hortas e jardins comunitários, cantinas sociais e bancos de alimentos para promover a inclusão social e fornecer alimentação a pessoas socioeconomicamente vulneráveis.

Filippo Gavazzeni, chefe do Pacto de Milão, explica que a agricultura urbana e periurbana e o desperdício de alimentos são aspectos que despertam o interesse das cidades brasileiras signatárias. “A questão da produção local e de conectar essa produção diretamente aos consumidores também é muito relevante”, diz.

Ele destaca os exemplos de Araraquara (SP) e Curitiba (PR) como cidades do Brasil que desenvolveram políticas interessantes no âmbito do Pacto e já ganharam edições do Prêmio do Pacto de Milão.

Durante a 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar, o prefeito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), deve apresentar aos participantes a reforma no cardápio escolar da rede pública de ensino da Capital, implementada em agosto de 2025.

“Estamos muito felizes que a cidade de Fortaleza e o prefeito de Fortaleza tenham aderido ao Pacto. Estou bastante confiante de que o exemplo da reforma no sistema de merenda escolar pode ser uma inspiração para muitas outras cidades”, afirma Filippo.

A Prefeitura de Fortaleza foi procurada para comentar a adesão ao Pacto de Milão, mas não respondeu até a publicação desta matéria.

Confira a programação da 2ª Cúpula Global da Coalizão para a Alimentação Escolar

Dia 1 – quinta-feira, 18 de setembro

Sessão de abertura com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e o ministro da Educação, Camilo Santana
Horário: 8:45 - 10:15

Sessão 1: Mostrando o progresso
Horário: 10:15 - 12:15

Sessão 2: Aplicando o que funciona – mais evidências para os tomadores de decisão
Horário: 14:15 - 15:30

Sessão 3: Combinando ambição com estratégias de financiamento sustentável
Horário: 16:00 - 17:20

Dia 2 – sexta-feira, 19 de setembro

Sessão 4: Preparando o futuro – alimentação escolar e sistemas alimentares sustentáveis
Horário: 9:00 - 10:30

Sessão 5: Alimentação Escolar como Rede Estratégica de Proteção: fortalecendo resiliência e capital humano
Horário: 11:00 - 12:00

Sessão 6: O poder das cidades e municípios: impulsionando inovação e responsabilidade em nível local
Horário: 12:00 - 12:45

Sessão 7: Parcerias de Impacto: governos e parceiros avançando com a alimentação escolar para todas as crianças
Horário: 14:30 - 15:45

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