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Floração do caju aumenta sintomas de alergias; saiba como tratar e quando procurar ajuda
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Floração do caju aumenta sintomas de alergias; saiba como tratar e quando procurar ajuda

Entre janeiro e agosto deste ano, Fortaleza registrou 74.340 atendimentos por sintomas gripais
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POLÉM do caju aumenta sintomas de alergias (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal POLÉM do caju aumenta sintomas de alergias

Entre os meses de setembro e novembro, o Ceará vive o ápice da temporada de ventos, fenômeno que se estende de agosto a janeiro. Em Fortaleza, os diagnósticos de doenças respiratórias aumentam durante este período, entre elas a alergia ao pólen de caju.

Médica chefe de equipe da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Autran Nunes, Luiza Marques explica que o cajueiro (Anacardium occidentale), muito comum no Estado, libera grande quantidade de pólen durante a floração, e essas partículas ficam suspensas no ar.

Entre os sintomas mais comuns relatados pelos pacientes estão espirros repetidos, nariz entupido ou escorrendo, coceira no nariz, olhos ou garganta, além de olhos vermelhos e lacrimejando. Em pessoas que já têm asma ou bronquite, Marques explica que pode aparecer tosse seca, chiado no peito e até falta de ar.

Por conta dos sintomas semelhantes com outras doenças respiratórias mais comuns, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informa que o diagnóstico da alergia ao pólen de caju não tem notificação compulsória, sendo registrado como doença respiratória.

A pasta informa que, nos oito primeiros meses deste ano, foram registrados 74.340 atendimentos por sintomas gripais, como Covid-19, Influenza e outras doenças respiratórias, nos postos de saúde da Capital, além de 31.815 atendimentos nas UPAs municipais.

De acordo com a SMS, Fortaleza conta com 134 postos de saúde e 12 Upas, sendo seis municipais. Os postos atendem casos leves de sintomas gripais, enquanto as Upas funcionam 24h para situações de maior complexidade. Diante de sintomas moderados ou graves, como febre alta persistente, dores fortes no peito, falta de ar intensa, a população é orientada a procurar uma unidade de atendimento.

 

Veja as diferenças entre algumas das principais doenças respiratórias desta época do ano:

  • Gripe (vírus influenza): infecção causada por vírus, que pode ter como sintomas febre alta, tosse seca, dores no corpo, mal-estar intenso, podendo evoluir para complicações respiratórias como pneumonia.
  • Rinite: inflamação da mucosa nasal, geralmente alérgica. Gera sintomas como espirros, coriza clara, coceira no nariz e nos olhos, sem febre e sem comprometimento geral.
  • Sinusite: inflamação dos seios da face, que são espaços aéreos nos ossos da face. Muitas vezes é secundária à infecção viral ou bacteriana. Sintomas são dor de cabeça, pressão na face, secreção nasal espessa e amarelada, congestão nasal.

Confira dicas para evitar e tratar doenças respiratórias

Marques reforça que crianças e idosos são mais frágeis e podem apresentar sintomas mais intensos. Além disso, pessoas com doenças respiratórias crônicas, como asma, e quem já tem histórico de alergia precisam redobrar a atenção, porque o risco de crise é maior.

A médica orienta ainda que em casos de falta de ar persistente, chiado no peito que não melhora com a medicação de costume, inchaço nos lábios, língua ou rosto, acompanhado de dificuldade para respirar, é fundamental procurar atendimento imediatamente.

"Crianças pequenas e idosos que fiquem muito cansados, sonolentos ou sem conseguir se hidratar também precisam de avaliação o mais precoce possível", reforça.

Coordenador do serviço médico da UPA Messejana, Pedro Hugo Bezerra Maia também destaca que crianças e idosos são mais vulneráveis às complicações.

“Nas crianças, o sistema imunológico ainda está se formando, o que causa demora na reação de defesa. Como as vias aéreas são mais estreitas, isso facilita obstrução e, consequentemente, a inflamação causada pelo germe ou alergeno. Nos idosos, o sistema imunológico já está formado, mas é mais frágil, e a presença de doenças crônicas (como asma, DPOC, diabetes, hipertensão) pode facilitar a ação dos patógenos, causando complicações”, detalha.

Nesta época do ano, Maia destaca a importância de adotar medidas de precaução para evitar agravamento de doenças respiratórias, tais como: hidratação adequada, evitar exposição a poeira e fumaça, manter vacinas em dia (gripe influenza e pneumocócica), garantir a higienização das mãos e de ambientes, uso de umidificadores.

Além disso, é preciso ter atenção redobrada em caso de febre, falta de ar ou prostração.

Para amenizar problemas de saúde no tempo seco, além da hidratação com água e sucos, e a umidificação de ambientes; que pode ser feitas utilizando baldes de água e toalhas úmidas, o coordenador recomenda a lavagem nasal com solução salina, conhecida como soro fisiológico.

Ele destaca a importância de evitar a automedicação, especialmente com antibióticos e corticoides sem orientação médica.

Em casos leves e moderados, como rinite, resfriados simples, espirros e tosse leve, os pacientes podem procurar atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). “Teremos orientações de prevenção, prescrição de sintomáticos e acompanhamento contínuo”, explica.

O paciente pode procurar atendimento em UPAS em casos mais graves, como falta de ar, febre persistente, chiado no peito, cansaço, tosse com sangue, sinais de desidratação, prostração intensa.

“Nas UPAs, os atendimentos de doenças respiratórias envolvem principalmente os quadros graves, como: crises de asma com desconforto intenso ou DPOC descompensada em idosos, pneumonias com dificuldade respiratória, desidratação em crianças ou idosos, gripe com sinais de complicação (hipóxia, saturação baixa, confusão mental), sinusites com sinais de gravidade (febre alta persistente, edema de face, dor intensa facial”, detalha.

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