Os dias em que serviço esteve reduzido trouxeram prejuízos para quem vive em Fortaleza. Conforme levantamento exclusivo realizado pelo O POVO, pelo menos 167 paradas de ônibus ficaram inativas em Fortaleza após a suspensão de 25 linhas de transporte coletivo. Desse total, seis estruturas do porte eram exclusivamente compartilhadas no itinerário de mais de uma das linhas que foram extintas.
Os bairros que mais ficaram com paradas "órfãs" foram: Joaquim Távora (19), Mucuripe (16), Fátima (11), Passaré (11), Dionísio Torres (10), Bom Futuro (9), Engenheiro Luciano Cavalcante (8) e Pici (8).
Essas estruturas perderem o uso a partir do momento em que os ônibus que passavam por elas deixaram de circular, o que trouxe consequências para passageiros e comerciantes. Na rua Rufino de Alencar, no Centro, o vendedor de frutas Arleane Nascimento, 45, viu o fluxo de clientes diminuir. Há mais de 10 anos, ele estaciona seu carrinho perto da Catedral Metropolitana, em frente à parada de ônibus. Dali desembarcava parte de sua clientela, passageiros das linhas 14 (Aguanambi / Rodoviária II / Centro) e 903 (Papicu / Varjota / Centro), ambas suspensas.
"Aqui a gente fazia umas vendas, porque ficava um povo ali (na parada). Depois dessa coisa dos ônibus, eu percebi que diminuiu. (...) Depois dessas linhas cortadas eu não vi mais ninguém. Eu acho que prejudicou muito mesmo", lamenta.
Na rua Francisco Lorda, no bairro Vila União, a suspensão da linha 513 (Parangaba / Uece / Luciano Carneiro) atrasou os planos da aposentada Francisca Passos, 79. Ela aguardou por uma hora a passagem do ônibus e resolveu mudar de parada e de ônibus. "Pela manhã eu peguei foi o 44 (Parangaba / Montese / Papicu), que desce lá na (avenida) Borges de Melo. Aí eu vim andando para cá. Mas eu não consegui nada", lastima. (Gabriele Félix e Levi Lima/Especiais para O POVO)