Um estudo sobre o estágio de regeneração no qual a Floresta do Aeroporto se encontrava antes de ser desmatada pela empresa Aerotrópolis Empreendimentos S.A será realizado pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) e pelos órgãos ambientais.
De acordo com o promotor Fábio Ottoni, coordenador do Centro de Apoio Operacional de Meio Ambiente (Caomace) do MPCE, um trabalho pericial será realizado pelos órgãos para identificar o nível de regeneração dos 40 hectares suprimidos pela empresa.
Ottoni explica que essa questão ainda é controversa. A Aerotrópolis defende que a área era antropizada, já biólogos e ativistas afirmam que a mata tinha passado por uma regeneração natural ao longo das últimas décadas.
"Aquilo ali já foi uma área que tinha sido utilizada pela força aérea. Você precisa fazer uma classificação e existem critérios para isso. A partir do estágio de regeneração, você tem mais ou menos restrições na supressão. É um trabalho de investigação, pericial mesmo, para identificar a partir dos elementos que você tem hoje [após o desmatamento] em que estágio ela estava e como poderia ter sido feita a supressão", afirmou.
Outro questionamento diz respeito a possível presença de um corpo hídrico na área desmatada. "Na versão da empresa não existe, apenas uma água acumulada. Os biólogos e geógrafos precisam fazer um estudo, até mesmo histórico, de análise de mapas e cartografias antigas para ver os recursos hídricos da região", explica.
A entrevista com o promotor foi concedida após reunião entre representantes da empresa Aerotrópolis Empreendimentos S.A. e de diversos órgãos públicos realizada na sede das Promotorias de Justiça de Fortaleza ontem, 6. O momento não foi aberto à imprensa.
Estiveram presentes advogados da empresa, membros da Superintendência de Meio Ambiente do Ceará (Semace), da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (Sema), da Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza (Seuma), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), entre outros.
Perícia
O promotor afirma que a conclusão pode gerar o arquivamento do inquérito civil público, caso seja constatado que não houve irregularidades, ou o ajuizamento
de uma ação
civil pública