Depois de nove anos em construção, a nova sede da Escola Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Almirante Tamandaré foi inaugurada nesta sexta-feira, 17. A arquitetura do novo prédio segue os padrões do Ministério da Educação (MEC) para instituições de ensino e deverá beneficiar 704 alunos.
A obra começou em 2016, após a demolição do antigo prédio principal da EEMTI para a construção de uma nova unidade, maior e mais moderna. Entretanto, o que deveria durar apenas alguns meses, se tornou uma espera de nove anos, acompanhada por protestos dos estudantes devido às más condições estruturais do anexo.
Apesar da inauguração ter ocorrido apenas nesta sexta, as aulas são realizadas no novo prédio desde o dia 8 de outubro. Mesmo com o pouco tempo de uso, os alunos comemoram os benefícios da nova escola, já que agora não precisam mais superar o calor, sujeira e até presença de roedores dentro de sala para se concentrar no conteúdo.
“Hoje a gente tem acesso a essas pequenas coisas que não vemos como privilégio, mas é. A gente não tem mais que se preocupar com animais indesejados na escola, na merenda tem espaço pra todo mundo, aulas práticas como física e química… na educação física a gente não tinha acesso a uma quadra e hoje a gente tem”, pontua Nayla de Sousa, 17, estudante do terceiro ano da EEMTI Almirante Tamandaré.
Para os professores, as melhorias na estrutura escolar devem influenciar diretamente na qualidade das aulas, e consequentemente, na formação educacional e social dos alunos.
Elias Lino, professor da escola há 11 anos, ressalta que os alunos agora terão condições para deixar a escola com a cara deles e desenvolver projetos extracurriculares que ajudem no desenvolvimento como cidadão.
“Temos o prédio, falta agora a gente transformar a escola em um universo cultural, com vários laboratórios, com clube de jornal, clube de teatro, clube de matemática e várias outras iniciativas que sejam de protagonismo dos próprios alunos”, pontua o docente.
A entrega da escola foi oficialmente realizada em cerimônia realizada nesta sexta, 17, com a presença do governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), do ministro da Educação, Camilo Santana (PT), entre outras autoridades.
Questionados sobre a demora para a conclusão da obra, que começou no primeiro mandato de Camilo, os gestores atribuíram o atraso a problemas com repasses de verba do governo federal durante os governos Temer e Bolsonaro, já que a construção é uma parceria com o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
“No governo passado não repassavam nada para os estados, não era um governo republicano. Precisei entrar no STF para receber recurso de obras. Na época eu quis terminar a obra com recurso do próprio estado, mas não deixaram porque isso aqui é um convênio com o FNDE”, afirmou Camilo.
O prédio anexo da EEMTI Almirante Tamandaré, onde os alunos passaram esses nove anos de obras, também poderá passar por reformas. A informação foi repassada pelo diretor da escola, Alan Ribeiro, em entrevista ao O POVO durante o evento.
“O objetivo é de o prédio continuar com a secretaria, para que possa se criar uma nova escola na região. Passe por uma reforma e passe a ser uma nova escola. Nesse processo de integralização que o governo pretende fazer, de que todas as escolas sejam integrais, a gente precisa de mais escolas para atender nossos estudantes”, afirmou o gestor.
O martelo, entretanto, não está batido para que o anexo vire uma nova escola. Questionado sobre a possibilidade, Elmano afirmou que o futuro da escola não foi totalmente definido e que está sendo avaliado pela Secretaria da Educação (Seduc).