A Prefeitura de Maranguape anunciou nesta quarta-feira, 22, a compra do Solar dos Sombra, casarão abandonado localizado no Centro do município. De acordo com vídeo postado nas redes sociais pelo prefeito Átila Câmara, o prédio histórico deve ser revitalizado para abrigar um centro de educação, arte e cultura.
Em setembro de 2025, O POVO mostrou que a gestão municipal tinha interesse em comprar o prédio. O bem é tombado devido à relevância histórica, mas não passava por manutenção e chegou a um estado de degradação visível a quem passa pelo local.
A reforma do edifício deve fazer parte de um projeto de revitalização do Centro de Maranguape, com melhorias nas praças, na iluminação pública e a instalação de piso intertravado nas principais ruas, conforme o prefeito, Átila Câmara (PSB).
“Mais do que uma conquista patrimonial, essa é uma vitória da nossa identidade e da memória do povo maranguapense. O Solar dos Sombra foi palco de momentos marcantes, como o primeiro congresso abolicionista do Brasil, e agora volta a pertencer ao povo”, disse o prefeito, nas redes sociais.
O espaço ainda não tem uma utilidade definida, pois o nível de degradação será avaliado, tanto quando o investimento necessário para revitalização. Porém, o prefeito de Maranguape afirmou que o prédio irá "servir à arte, educação e à cultura" do município.
O POVO procurou a Prefeitura para saber por quanto o prédio foi adquirido e se já há um cronograma de revitalização.
A assessoria do município informou que foram repassados R$ 2.050.000 milhões para o espólio. O termo refere-se ao conjunto de bens, direitos e obrigações deixados por uma pessoa falecida. O patrimônio é administrado durante o processo de inventário até que seja formalmente dividido entre os herdeiros e beneficiários.
Até a conclusão do inventário, o espólio é tratado como uma unidade legal para fins de gestão dos ativos e cumprimento de débitos, incluindo a declaração de Imposto de Renda (IR).
O casarão foi construído pelo primeiro intendente do município, Joaquim José de Souza Sombra. O cargo diz respeito a uma espécie de agente público com poderes policiais e tributários.
O espaço serviu de locação para estruturas diversas, como a farmácia de um dos filhos de Joaquim, onde eram tratados os enfermos da malária; foi palco do encontro entre o romancista José de Alencar e o historiador Capistrano de Abreu; e recebeu a Caixa Econômica Federal, o Supermercado Cobal e, mais recentemente, o Mercado Balaio.
O nome "solar" foi originado, pois a estrutura contém diversas janelas. "Naquela época não se tinha energia elétrica, então era a luz do sol que iluminava as casas durante o dia”, esclareceu o turismólogo Alexandre Cabral, em material publicado pelo O POVO.
(Com informações de Bárbara Mirele/especial para O POVO)